A Igreja Católica de Cuba disse nesta quinta-feira que pediu explicação às autoridades comunistas para a agressão e prisão de dissidentes dentro de um salão paroquial há dois dias.

A principal entidade cubana de direitos humanos informou que as sete pessoas presas na igreja de Santa Teresita, em Santiago de Cuba (leste), já foram soltas.

“O arcebispo de Santiago, monsenhor Dionísio García, está mantendo conversações com o Departamento de Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista”, disse um porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos.

Policiais à paisana invadiram o salão paroquial, usado também para missas, onde agrediram e usaram gás pimenta contra os dissidentes, segundo o pároco José Conrado Rodríguez. Os quatro homens e três mulheres detidos haviam participado de uma passeata contra a prisão de um dissidente.

Eles participariam de uma missa noturna, segundo o padre Rodríguez. O governo cubano não comentou o incidente, que ocorre num momento de reaproximação entre o Estado comunista e a Igreja Católica. Cuba foi um país oficialmente ateu até 1992, quando foi reconhecida a liberdade de culto.

As relações entre Igreja e Estado melhoraram ainda mais a partir da visita do papa João Paulo II à ilha, em 1998, e mais recentemente a Igreja parou de criticar os problemas sociais cubanos. A Comissão Cubana para os Direitos Humanos e a Reconciliação Nacional, que é ilegal, mas tolerada pelo regime, disse que todos os dissidentes detidos haviam sido soltos na noite de quarta-feira.

Fonte: Reuters

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