O líder da Igreja evangélica Maná, “apóstolo” Jorge Tadeu, manifestou-se nesta segunda-feira convicto de que a confissão religiosa vai poder “em breve” reabrir as suas portas em Angola, considerando que as autoridades do país “já estão a retroceder”.

“A Igreja vai reabrir, é impossível não reabrir, e acho que isso vai acontecer em breve. O governo não vai agüentar a pressão de 1,2 milhões de pessoas impedidas de ir à igreja (…) Aliás, já estão a retroceder do mal que começaram a fazer”, disse em declarações à Agência Lusa, durante uma visita em Maputo.

A Igreja de origem portuguesa viu a sua atividade proibida em Angola, no final do último mês de janeiro, por suposta violação da lei e da ordem pública, segundo um decreto-lei publicado no Diário da República.

O Diário da República sustenta a decisão de revogação do reconhecimento oficial desta igreja com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça em que foram detectadas “violações sistemáticas” da lei angolana e da ordem pública.

Uma das polêmicas em que a Maná esteve envolvida surgiu em maio de 2007, quando o ” bispo” José Luís Gambôa foi suspenso por suposto desvio de fundos doados pela petrolífera Sonangol, com o objetivo de construir uma escola.

Para justificar o otimismo em relação à reabertura da igreja, o fundador da Maná indicou que, “pela primeira vez, o ministro que proibiu [o ministro da Justiça, Manuel Aragão] vai receber a liderança da Maná”.

“Este fenômeno de perseguição religiosa acontece sempre e é cíclico. Em Angola fomos muito perseguidos no início da nossa obra. Mas ao ver-se a história da Bíblia vemos que isto acaba por fortalecer a Igreja”, considerou.

De resto, acrescentou Jorge Tadeu, apesar de os templos estarem fechados em Angola, “os fiéis reúnem-se na mesma”.

Em Angola há 20 anos, a Igreja Maná reclama ter no país cerca de 800 mil fiéis e mais de 500 casas e templos, espalhadas por onze províncias (Benguela, Huila, Huambo, Namibe, Moxico, Malange, Lunda Sul, Cabinda, Bengo, Cunene e Luanda).

Em Moçambique, a Igreja vai concentrar-se no treino de “lideranças novas” – “algumas centenas de pessoas”, disse Jorge Tadeu – e no “investimento financeiro na área de média”, que inclui a “expansão da rádio e televisão” da Maná pelo país – “temos licença para expandir a rádio e televisão pelo país todo”, destacou.

Outra das apostas da Maná é “ter o seu próprio parque imobiliário” na capital moçambicana, estando já a ser estudados “dois ou três locais” em Maputo.

“A minha viagem é para visitar o campo missionário, ver onde posso ser útil e ver in loco onde podemos investir mais”, justificou.

O fundador da Maná calcula que existam em Moçambique “meio milhão ou um milhão de fiéis”.

Fonte: Jornal da Mídia

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