A Arquidiocese do México, a maior e mais importante jurisdição eclesiástica do país, que inclui a capital e seus arredores, publicou nesta segunda-feira instruções a pessoas que queiram denunciar crimes de pedofilia.

A arquidiocese advertiu, por outro lado, que não irá investigar “denúncias anônimas e nem irá colocar uma pessoa na prisão, porque essa não é sua função”.

Em um texto divulgado hoje, a entidade orienta as vítimas de abusos sexuais a apresentarem “suas denúncias às autoridades civis correspondentes e também às autoridades eclesiásticas, por meio do Vicariato Episcopal”.

As recomendações para os fiéis indicam que a denúncia formal deverá constar de assinatura e ser “verídica”, para que o tribunal eclesiástico dê início à investigação e cite testemunhas, denunciante e acusado.

Se o “bispo receber uma acusação verossímil, de imediato terá que suspender” o padre que teria sido envolvido. Em último caso, se o processo tiver continuidade, o episódio será ainda enviado à Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano responsável por estes tipos de investigações.

O México é um dos países envolvidos no escândalo de pedofilia que abalou recentemente a Igreja Católica, denunciado pela mídia. Um dos graves episódios registrados no país foi o caso do fundador da congregação Legionários de Cristo, Marcial Maciel.

Maciel fundou a ordem em 1941 e teve sua ordem reconhecida pelo Vaticano em 1983. Ele era acusado de ter molestado seminaristas e utilizar identidades falsas para manter relações com diversas mulheres, com as quais teve três filhos, que também relataram ter sofrido abusos sexuais do próprio pai. O sacerdote faleceu em 2008, aos 87 anos de idade.

Após meses de investigação, o papa Bento 16 anunciou uma série de medidas para restaurar “a credibilidade” e “a confiança” da população. Atualmente, a entidade está presente em 19 países.

Fonte: Folha Online

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