Numa iniciativa inédita, a Arquidiocese de Belo Horizonte vai se reunir nesta quinta-feira, na PUC Coração Eucarístico, com os prefeitos e vice-prefeitos eleitos, além dos novos vereadores de 28 municípios da região metropolitana.

O encontro será conduzido pelo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo e pelos bispos auxiliares dom Joaquim Giovani Mol Guimarães e dom Aloísio Jorge Pena Vitral.

Dessa forma, a Igreja Católica sinaliza aos novos eleitos que pretende acompanhar os seus mandatos. Por um lado, vai pontuar e questionar eventuais ações que considerar na contramão do interesse público. Por outro, deseja manter uma interlocução voltada para a sustentação de projetos capazes de melhorar a vida da população, ampliar o seu nível de informação e participação política, além da consciência de seus direitos.

“A igreja tem a obrigação moral e institucional de apoiar tudo o que favorece a vida do povo. Mas tem, com a mesma força moral, a obrigação de apontar aquilo que está errado, que vem na contramão do direito das pessoas”, assinalou dom Joaquim Mol.

De acordo com o bispo auxiliar, a Igreja Católica mira para um trabalho de longo prazo. “A nossa campanha, a campanha da Igreja, como de muitos homens e mulheres de bem, é pela cidadania, pela honradez, pelo trabalho, pela liberdade”, disse, em crítica implícita àqueles que, valendo-se da boa-fé e desinformação das pessoas, não raro em período eleitoral, tentam direcionar e “usurpar” o direito do eleitor. “Sem a consciência cidadã, a sociedade não cresce, ela involui. Alguns vão usurpando e tomando conta do direito das pessoas. Isso é uma tragédia”, sustentou dom Mol.

Para manter o acompanhamento dos executivos e legislativos municipais dos 28 municípios que integram a Arquidiciocese de Belo Horizonte, a Igreja Católica conta com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP), que se articula por meio dos coordenadores Robson Sávio e Adriana Penzim, ambos professores da PUC Minas. O NESP vai firmar parcerias nessas cidades para um acompanhamento sistemático das ações dos prefeitos e das câmaras municipais.

“A idéia é organizarmos pessoas capazes, especializadas, profissionais, professores, estudantes universitários, não só para o acompanhamento dos projetos que estão tramitando nos legislativos, mas queremos ter mensalmente relatórios e análises de conjuntura”, afirmou dom Mol. Dessa forma, segundo ele, a Igreja Católica se manterá informada e com o apoio de especialistas de diferentes áreas, poderá embasar a sua análise e o seu posicionamento em questões que envolvam o interesse público.

Fonte: UAI

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