A influente Igreja Católica boliviana recusou-se nesta segunda-feira a mediar o conflito sobre a sede do governo nacional, que ameaça impedir a aprovação de uma nova Constituição para o país neste ano.

Ao mesmo tempo, o governo anunciou uma nova tentativa de diálogo entre as cidades de Sucre e La Paz, protagonistas da disputa que provoca o maior conflito político-regional nos 20 meses do governo do presidente Evo Morales.

Sucre (centro-sul) é legalmente a capital da Bolívia, embora ali funcione apenas o Poder Judiciário e, desde 2006, a Assembléia Constituinte.

Os demais poderes estão estabelecidos em La Paz desde meados do século 19, mas Sucre quer mudar essa situação.

“O que queremos é que se deponham atitudes intransigentes, e a Igreja está pronta a facilitar o diálogo, mas não para assumir um papel de mediação”, disse o padre Marcial Chopinagua, porta-voz do presidente da Conferência Episcopal Boliviana, cardeal Julio Terrazas.

Uma delegação sucrenha esteve com Terrazas em Santa Cruz (leste) para lhe pedir que mediasse a disputa, que mantém a Constituinte parada há um mês.

Um dos líderes cívicos, Jaime Barrón, reitor da Universidade de Sucre, disse ao fim do encontro que os dirigentes sucrenhos estão dispostos a levar a questão da capital a referendo nacional.

Já os líderes de La Paz afirmam estar dispostos a negociar sob mediação do governo.

Apesar de La Paz ser um dos seus principais redutos eleitorais, Morales não tomou partido na disputa, mas denunciou que a reivindicação de Sucre foi manipulada pela oposição para levar ao fracasso da Constituinte.

Fonte: Reuters

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