O estudo “Economia das Religiões”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, em apenas três anos, entre 2000 a 2003, mais de 7,5 milhões de brasileiros foram batizados em igrejas evangélicas. O número é quase três vezes maior do que a quantidade de espíritas no Brasil, que está em 2,6 milhões de pessoas.

A estimativa para 2007 é a de que o número de evangélicos no país corresponda a 43,6 milhões de pessoas. O que representa 23,1% da população brasileira. De acordo com o economista Marcelo Néri, coordenador da pesquisa, o avanço das igrejas evangélicas no início desde século aconteceu basicamente sobre os ateus.

As análises mostraram que o número de pessoas sem religião em 2000 era de 7,4%. Já em 2003, esse número caiu para 5,1%. Agora, em 2007, esse percentual ainda pode ser menor.

Outro bom sinal de prosperidade evangélica está no número de pastores que cresce de forma consistente. Em 2000, a proporção era de que existiam 17,9 vezes mais líderes evangélicos por fiéis do que padres por católicos. Na comparação simples, no ano em que a pesquisa foi concluída, os dados mostraram que o número de pastores é 3,7 vezes maior do que o de padres. A situação facilita a prosperidade das igrejas evangélicas, pois torna-se mais fácil abrir novos templos e investir em obras missionárias.

Um ponto que chama a atenção no estudo é que os fiéis evangélicos contribuem mais com os dízimos e as ofertas nas igrejas do que os católicos. O segmento que se destaca é o pentecostal, que colabora com o maior percentual de dízimos. O valor mais comum identificado nas contribuições foi de R$ 34,00, o que indica que muitos fiéis ganham um salário mínimo. Na média geral, os rendimentos de uma família pentecostal é de R$ 1496. O de evangélicos tradicionais é de R$ 2202.

O ranking das maiores denominações evangélicas é liderada pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus, com 4,8% dos fiéis; seguida pela Igreja Evangélica Batista e Igreja Congregacional Cristã do Brasil, com 1,8% cada. Quem também se destaca é a Igreja Universal do Reino de Deus, com 1,5% e Igrejas Luteranas, com 1,4%. A lista continua com outras denominações pentecostais e tradicionais.

Em relação ao declínio dos fiéis da Igreja Católica Romana, a FGV verificou que houve uma estabilidade nos números. A instituição apurou que entre 2000 e 2003 a porcentagem estagnou em em 73,9%. O que corresponde a 139,2 milhões de brasileiros. A pesquisa apontou que a Igreja Católica conseguiu recuperar fiéis no interior agrícola, onde as denominações evangélicas ainda possuem poucos templos.

Os Estados brasileiros que possuem o maior número de evangélicos são Rondônia, com 27,19% da população; Espírito Santo, com 24,96%; Roraima, 22,49%; Rio de Janeiro, 21,98% e amazonas, com 21,07%. Entre os cinco com a menor porcentagem de evangélicos, estão Piauí, com 6,01%; Sergipe, 7,27%; Ceará, 8,25%; Paraíba, 8,80%; e Rio Grande do Norte, com 8,92%.

Pesquisa divergente

Apesar da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apresentar números consistentes, há outras pesquisas que divergem de seu conteúdo. Na última quinta-feira, por exemplo, as universidades federais de São Paulo (Unifesp) e de Juiz de Fora (UFJF) mostraram que o percentual de católicos é ainda menor. Algo em torno de 68% da população brasileira.

Com relação ao número de evangélicos, a porcentagem demonstrou estabilidade, com 22%. O método utilizado pelas instituições de ensino foi através de entrevistas, em várias capitais do país. Foram ouvidas cerca de 3 mil, onde 83% declararam que a religião é considerada algo muito importante em suas vidas.

A pesquisa da Unifesp e UFJF também verificou que o número de ateus também diminuiu para 5%. O especialista Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo, disse que a margem de erro deve ser considerada. Assim, ele ressalta que o número de evangélicos pode ser, na verdade, de 24%, atualmente, e o de católicos entre 66% a 70%.

Fonte: Elnet

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