Enquanto as negociações da cúpula das Nações Unidas sobre o clima reunida em Bali, Indonésia, parecem enroscadas num “círculo vicioso”, os representantes ecumênicos lutam junto a organizações da sociedade civil para que se chegue a uma mudança de paradigma.

Os 25 representantes de igrejas e organismos cristãos da Europa, Rússia, Estados Unidos, América Latina e Ásia que integram a delegação do Conselho Mundial de Iglesias (CMI), junto com outras organizações, contribuem para uma perspectiva religiosa aos debates de Bali.

Na terça-feira, 11, os participantes da conferência e os habitantes locais foram convidados para uma celebração ecumênica, seguida de uma mesa redonda que contou com vídeomensagem do arcebispo de Canterbury, Rowan Williams.

Dando prova da intenção de trabalhar não só de maneira ecumênica, senão também em estreita colaboração com as pessoas de outras religiões, a celebração teve lugar numa igreja protestante que está rodeada de uma igreja católica romana, um templo indiano, um santuário budista e uma mesquita.

A delegação, encabeçada por Elías Abramides, um leigo ortodoxo grego (do Patriarcado Ecumênico) da Argentina, segue de perto os debates em nível governamental. Hoje, a delegação apresentou declaração ao plenário dos representantes governamentais de alto nível instando a uma “mudança de paradigma” voltado ao princípio de precaução e à prioridade dos mais pobres e fracos.

O encarregado do programa de Mudança Climática do CMI, Guillermo Kerber, atribuiu à falta de um compromisso claro por parte dos Estados para o período depois de 2012 ao “círculo vicioso” das negociações.

O mundo desenvolvido solicita medidas para que países como Índia, China, Brasil e África do Sul mitiguem o impacto climático de sua carreira por atingir um nível econômico equiparável. No entanto, os países em desenvolvimento querem ver primeiro claros indícios de que os industrializados conseguirão cumprir os compromissos do primeiro período do Protocolo de Kioto, o que ainda não aconteceu.

Também é polêmico a implementação de um fundo de adaptação que beneficiaria aos países especialmente vulneráveis aos efeitos adversos da mudança climática sobre a economia, a saúde pública e o meio ambiente.

Fonte: ALC

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