Líderes de diferentes confissões religiosas exigiram da companhia mineradora Doe Run que modernize suas máquinas, responsáveis pela elevada contaminação por chumbo detectada na cidade de La Oroya, localizada na serra central do Peru.

Entre os dirigentes religiosos que assinam o manifesto estão o arcebispo de Huancayo e coordenador da Mesa de Diálogo do Departamento de Junín, Pedro Barreto; o presidente do Conselho Nacional Evangélico do Peru (CONEP), reverendo Rafael Goto Silva; Adela Human, das Irmãs Dominicas de Springfield, Illinois; e o reverendo da Igreja Luterana Evangélica Peruana, Pedro Bullón.

Os líderes religiosos estiveram reunidos com o presidente da Doe Run Peru, o engenheiro Juan Carlos Huyhua, a quem expressaram preocupação devido à contaminação. O representante da Rede Unindo Mãos Peru, Alejandro Farrell, e o secretário do Comitê Inter-Religioso, o leigo judeu Elías Szczytnicki, viajaram com o reverendo Goto e o bispo Barreto aos Estados Unidos para contestar essa situação ao proprietário da companhia, Ira Rennert.

A delegação retornou ao Peru no último fim de semana e fornecerá mais detalhes sobre o encontro com Rennert. A contaminação por mercúrio afeta a maior parte dos mais de 33 mil habitantes de La Oroya, cidade localizada a 3.750 metros acima do nível do mar.

A empresa Doe Run explora as minas de La Oroya desde o século XIX e delas tirou 150 milhões de dólares em 2006. A mineradora entende que tem capacidade de reduzir a contaminação e melhorar a saúde dos moradores da região.

Apesar das multas e sentenças emitidas pelo Tribunal Constitucional, e dos compromissos assumidos pela Doe Run, a contaminação por chumbo aumentou nos últimos dois anos sem que a empresa realize um plano efetivo para reverter a situação.

Segundo dados do Instituto Blacksmith, a cidade de La Oroya está entre os dez lugares mais contaminados por chumbo do planeta. Estudo da Universidade de San Luis, nos Estados Unidos, indicou que 97% das crianças de La Oroya menores de seis anos apresentam níveis de chumbo no sangue 15 vezes maiores que os permitidos.

A contaminação por chumbo gera graves conseqüências, tanto físicas como mentais. Provoca danos nos rins e as crianças não se desenvolvem adequadamente para a aprendizagem, além de apresentarem um coeficiente intelectual menor do que o normal.

Fonte: ALC

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