Moradores de Limón,em San José, Colômbia, molestados pelas atividades de uma igreja evangélica, apresentaram queixa à justiça, que determinou limites de horário e de níveis de volume para os cultos e reuniões no templo.

O Alto Tribunal Constitucional determinou que seja determinado tecnicamente o nível e o horário do ruído produzido pela Igreja Evangélica de Paraíso, Bananito, Limón, e que sejam adotadas as medidas sanitárias para evitar a poluição sonora.

A Prefeitura Municipal de Limón ficou com a responsabilidade de vigiar o cumprimento do horário máximo para a realização dos cultos, que não podem exceder às 20 horas.

A moradora que recorreu à justiça alegou que “os cultos religiosos iniciam no início da noite e terminam altas horas. Isso somado aos gritos, prantos, cantos e música em alto volume que impedem o descanso”.

O Departamento Administrativo do Meio Ambiente de Barranquilla (Damab), na Colômbia, informou que ao longo deste ano foram realizadas 150 queixas de diferentes setores em decorrência dos ruídos gerados pelos cultos vizinhos.

Líderes das comunidades defenderam-se alegando a liberdade de culto existente no país, amparados pela Lei 133, de 1994. Argumentaram que os ataques contra as igrejas são gerados por pessoas que se sentem molestadas com essa liberdade.

Quando este debate teve início na Nicarágua, vários pastores perguntavam porquê somente as comunidades evangélicas eram acionadas judicialmente, enquanto a Igreja Católica gerava estrondos e jornadas de procissões, festas patronais e romarias.

Um brasileiro, paulista, se cansou dos ruídos gerados por uma igreja vizinha e criou um site na internet intitulado “Deus não é surdo”. Este espaço virtual, visitado por milhares de pessoas que dizem sofrer com a música e o alto volume dos serviços religiosos, assinala a necessidade dos representantes das igrejas obedecerem ao princípio básico do respeito ao próximo para praticar suas atividades.

“Infelizmente isso não acontece com grande parte dos representantes das Igrejas Evangélicas. Elas não têm o básico. Não praticam o que pregam e, com isso, desrespeitam e denigrem até mesmo a própria doutrina que dizem seguir…”, lê-se no site.

Fabiana, uma leitora que escreveu sua queixa no site, afirmou que “o barulho que essa igreja faz é incrível. Sei de cor todos os dias de culto e de ensaios. Quando reclamo me olham com desdém ou me dizem que estou louca ou possuída pelo demônio. Um dia, um pastor disse que tem o direito à liberdade de culto, que é um direito constitucional. Lamentavelmente, ele distorce a lei para justificar sua falta de cidadania”.

Fonte: ALC

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