A imprensa austríaca dedica hoje as suas manchetes aos ataques do Papa Bento XVI ao aborto e à eutanásia, no primeiro dia de sua visita à Áustria. O jornal “Der Standard” publica na primeira página a manchete “O Papa contra o aborto e a eutanásia”.
O jornal cita o discurso de caráter eminentemente político do Pontífice diante das autoridades austríacas e do corpo diplomático em Viena.
“O direito à vida é o direito humano fundamental e tem validade desde a concepção até o seu fim natural”, cita o jornal.
O “Kurier” usa na primeira página as palavras do Papa: “Crianças não são uma doença”.
O jornal conservador “Die Presse” prefere destacar o apelo papal para que a Europa “tome a liderança” na luta contra a pobreza no mundo e em seus esforços pela paz. Mas também reflete suas críticas ao aborto e à eutanásia.
O sensacionalista “Österreich” ressalta o mau tempo que o Papa enfrentou ao chegar à Áustria, que “escureceram” a sua visita.
Segundo o jornal, só 7 mil fiéis foram ver Bento XVI numa praça no centro da capital, onde eram esperados 25 mil.
O Pontífice iniciou hoje o segundo de seus três dias de visita apostólica à Áustria, com uma peregrinação ao santuário de Mariazell, cerca de 150 quilômetros a sudoeste de Viena.
Papa pede à Europa que “não renegue” raízes cristãs
O papa Bento XVI pediu nesta sexta-feira à Europa que não renegue suas raízes cristãs, em um discurso pronunciado diante de autoridades austríacas e do corpo diplomático em Viena, no primeiro dia de sua visita à Áustria.
“A Europa não pode e não deve renegar suas raízes cristãs”, que constituem “um componente dinâmico de nossa civilização para o terceiro milênio”, afirmou.
Neste discurso, voltado para os europeus, o chefe da Igreja Católica considerou que a “casa Europa” precisa ser construída sobre “uma sólida base cultural e moral dos valores comuns que provêm da história e das tradições” européias.
Desta forma, o Papa aproveita para criticar a secularização de toda a Europa que, na sua opinião, se afasta da fé para se refugiar em um mundo material.
A Áustria é um exemplo, levando-se em conta a queda no número de católicos (que hoje é de 67%).
Sua viagem oficial de três dias por terras austríacas é realizada em ocasião da comemoração dos 850 anos de fundação do santuário de Mariazell, a cerca de 100 km de Viena.
Fonte: EFE