A polícia iraniana prendeu mais de 200 pessoas e apreendeu álcool e drogas em uma batida ocorrida durante um concerto de rock ‘satânico’, afirmou a mídia do país islâmico neste sábado.

O Irã, que lançou um combate contra o ‘comportamento imoral’ durante o verão setentrional, proíbe álcool, narcóticos e festas com homens e mulheres que não sejam parentes dançando, bebendo e se relacionando. A música popular ocidental também não é vista com bons olhos.

A operação policial ocorreu na quarta-feira à noite, na cidade de Karaj, próxima à capital, Teerã, em um evento local com DJs e apresentações de grupos de rock e rap, informou a mídia.

‘Os detidos, em sua maioria, são jovens ricos … que vieram a esta festa com o objetivo de participar de um concerto provocador e satânico’, afirmou Reza Zarei, da polícia, segundo o jornal Tehran-e Emrouz.

O promotor público de Karaj, Ali Farhadi, disse que os convites foram enviados pela Internet e que havia pessoas da Inglaterra e da Suécia entre os detidos. Zarei sugeriu que eles talvez fossem iranianos deportados visitando o país.

Farhadi disse que 150 garrafas de bebidas alcoólicas, 800 CDs ‘obscenos’ e diferentes tipos de drogas foram confiscados pela polícia, assim como vestidos ‘inapropriados’ que os participantes do evento davam às mulheres como presente.

‘Por volta de 230 pessoas que compareceram ao concerto em Karaj foram identificadas e presas’, afirmou Farhadi para o site da televisão estatal iraniana.

Ele disse também que 20 câmeras de vídeo foram confiscadas e que os organizadores pretendiam chantagear as garotas após as filmarem em cenas ‘inapropriadas e obscenas’.

Sob o regime da sharia, lei islâmica, imposta após a revolução de 1979 no Irã, as mulheres são obrigadas a cobrir os cabelos e a usar roupas longas e largas para disfarçar a silhueta e proteger sua modéstia. Aquelas que descumprirem a legislação podem receber chicotadas, multas ou serem presas.

Fonte: Último Segundo

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