Israel e os palestinos poderão assinar um acordo de paz nos próximos seis meses seguintes a uma conferência internacional de paz que será realizada em novembro, afirmou nesta sexta-feira o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

“A reunião em novembro deve definir os princípios que fixem as questões sobre o status final (dos territórios paletinos)”, afirmou Abbas em uma entrevista em Nova York, onde participa da Assembléia Geral da ONU.

“Depois começaremos negociações sobre os detalhes de uma data, que não deve ultrapassar seis meses, para alcançar um acordo de paz”, acrescentou.

O líder da Autoridade Palestina, que se reuniu com vários dirigentes estrangeiros durante sua estada em Nova York, informou que a conferência de paz patrocinada pelos Estados Unidos começará em 15 de novembro, em Washington.

p> “Temos notado que todos os países do mundo estão interessados nesta reunião e têm grandes esperanças de que ela tenha sucesso”, disse.

Abbas afirmou que os negociadores palestinos e israelenses irão começar a preparar esse acordo nos próximos dias.

“Queremos preparar um acordo de princípios em que se definam as questões sem equívocos, que servirão como base ao acordo; imediatamente depois da reunião internacional sobre a base desse documento”, explicou Abas.

As principais questões serão sobre as fronteiras do futuro Estado palestino, o destino das colônias judias, Jerusalém, os refugiados e as fontes de água potável.

“Nós, os israelenses e os árabes temos que atuar para que a reunião tenha êxito”, conta.

Segundo Abbas, além da Autoridade Palestina e de Israel, deverão participar da reunião representantes do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Européia, Rússia e a ONU), os membros permanentes do Conselho de Segurança, membros da Liga Árabe e alguns países não alinhados e do G8.

“Esperamos que a Síria e o Líbano também participem da reunião”, assinalou. Os Estados Unidos anunciou que convidará a Síria, um dos desafetos do país na região, junto com o Irã, mas ainda não se realizou nenhum convite formal e Damasco já expressou certas reservas a uma eventual participação.
Perguntado se era possível um acordo para a Faixa de Gaza, onde os islamitas do Hamas tomaram o poder a força em junho, Abbas afirmou desejar que eles “sejam razoáveis e coloquem os interesses do povo palestino acima de qualquer outra consideração”.

“Se a situação na Faixa de Gaza voltar a ser o que era antes do golpe do Hamas, estaremos dispostos ao diálogo”, adicionou.

Além da tomada do poder pelo Hamas, a recente intensificação da violência na Faixa de Gaza complicou as negociações antes da reunião internacional, já que a área foi declarada “entidade hostil” por Israel e onde 13 palestinos morreram em 48 horas de ataques de Israel como resposta aos disparos de foguetes palestinos.

Entretanto, Abbas se esforça para manter o otimismo: “Qualquer tentativa de sabotagem da reunião está fadada ao fracasso”.

Fonte: AFP

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