O jornal dinamarquês “Jyllands-Posten” ficou mundialmente famoso depois de publicar, em 2005, caricaturas do profeta Maomé que provocaram intensos protestos de muçulmanos.

Na última quarta-feira (29) a polícia dinamarquesa deteve quatro pessoas suspeitas de planejar um ataque contra o jornal. Um quinto suspeito foi preso na Suécia.

A polícia de segurança PET da Dinamarca disse que os suspeitos pretendiam entrar em um prédio de escritórios em Copenhague que abriga vários jornais, incluindo o diário “Jyllands-Posten”, e “matar o maior número possível de pessoas”.

“Com base na investigação, a avaliação da PET é de que os detidos preparavam um ataque terrorista contra um jornal, que segundo a informação da PET era o ‘Jyllands-Posten'”, disse o órgão. “É igualmente a opinião da PET que o ataque deveria se realizar nos próximos dias.”

O ministro da Justiça da Dinamarca disse que os suspeitos tinham um “passado de militância islâmica” e que a tentativa de ataque é o complô terrorista mais sério já ocorrido na Dinamarca.

[b]Ligações com redes terroristas internacionais
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Os homens presos na Dinamarca são um tunisiano de 44 anos, um libanês de 29 anos, um iraquiano de 26 anos que busca asilo e um homem de 30 anos cuja identidade ainda não foi estabelecida, segundo o diretor da PET, Jakob Scharf. O homem detido em Estocolmo era um sueco de origem tunisiana de 37 anos.

As quatro detenções na Dinamarca foram feitas nos subúrbios de Herlev e Greve, em Copenhague, e os artigos confiscados pela polícia incluem uma submetralhadora com silenciador, além de munição. Os detidos tinham ligações com redes terroristas internacionais, disse Scharf.

A polícia sueca disse que os suspeitos não têm ligação com um atentado a bomba praticado em Estocolmo duas semanas atrás, no qual somente o homem-bomba morreu. Nesse caso, um e-mail – que se considera vindo do atacante – foi enviado pouco antes do atentado, em protesto contra um artista sueco que também desenhou charges do profeta Maomé, assim como contra a presença militar da Suécia no Afeganistão.

[b]História de ataques
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Em 2005, o “Jyllands-Posten” publicou 12 caricaturas mostrando o profeta Maomé que os devotos muçulmanos consideraram uma blasfêmia. O caso provocou demonstrações em países muçulmanos, nos quais mais de 150 pessoas foram mortas. Um dos desenhistas, Kurt Westergaard, continua enfrentando ameaças de morte e já foi atacado várias vezes.

Segundo informações obtidas por SPIEGEL ONLINE, a célula de cinco homens estava sob vigilância da polícia, e as forças de segurança só entraram em ação quando viram o perigo de um ataque iminente.

Não está claro se a célula operava independentemente ou era dirigida por um grupo terrorista fora da Dinamarca. Vários dos homens presos pertenceriam ao cenário islâmico radical na Suécia.

“O ‘Jyllands-Posten’ é um alvo importante para terroristas jihadistas”, disse a SPIEGEL ONLINE o analista sueco de terrorismo Magnus Ranstorp. “Qualquer um que o ataque se tornará imediatamente um astro nesse cenário.”

A Al Qaeda fez diversos apelos a seus simpatizantes para que atacassem o jornal.

[b]Fonte: Der Spiegel
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