Um jovem de 16 anos admitiu ontem ao delegado Roberto Queiroz, diretor da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), que atirou no padre Antônio Braga Costa Júnior, da Paróquia de Moju. Baleado na cabeça, em agosto passado, o religioso desde então permanece internado no Hospital Metropolitano.

Acompanhado de um advogado, o adolescente, que se apresentou na Data, disse que apertou o gatilho porque o padre estaria tendo um relacionamento amoroso com a namorada dele. O rapaz afirmou que não sabia que a vítima era um padre. Segundo o delegado Roberto Queiroz informou à assessoria de comunicação da Polícia Civil, o adolescente contou que, certa vez, atendeu o celular da namorada. Do outro lado da linha o homem se identificou apenas como Júnior.

Desconfiado que estivesse sendo traído, o rapaz contou que, a partir desse episódio, começou a seguir a namorada. No dia do baleamento, ele a seguiu de bicicleta. E disse ter visto a namorada encostada no carro dirigido pelo padre. De dentro do veículo, o religioso conversava com a jovem. O adolescente contou que começou a discutir com a namorada e com o padre. No decorrer da discussão, o adolescente afirmou que o padre teria jogado o carro em cima de sua bicicleta.

Ele, então, atirou no veículo, atingido a cabeça do religioso. O rapaz afirmou que andava armado porque vinha recebendo ameaças de morte, feitas por um desafeto. Dizendo-se arrependido, o adolescente garantiu que sua intenção não era balear o padre, alvejado quando estava na rua dos Tembés, próximo à travessa Padre Eutíquio, no bairro da Cremação.

Cristiane do Socorro Correia, a namorada do adolescente, já foi ouvida em depoimento na Central de Flagrantes, que funciona no prédio da Seccional de São Brás. Policiais da Cremação já haviam capturado Diogo Walber de Oliveira Marques, o ‘Cachaça’. A versão de que o baleamento teria motivo passional foi contestada pela Diocese de Abaetetuba, onde padre Antônio trabalha. ‘É uma coisa muito injusta julgar alguém nas circunstâncias em que se encontra o padre Antônio. Ele nem ao menos pode se defender de tamanha calúnia. Vocês o mataram duas vezes’, já declarou o bispo da Arquidiocese de Abaetetuba, dom Flávio Giovenale.

Segundo ele, o religioso trabalhou 12 anos na Paróquia de Abaetetuba – cinco como padre e outros sete como seminarista. ‘Em todo esse período, padre Antônio sempre teve um comportamento ilibado’, completou o bispo.

Fonte: Amazônia Hoje

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