Dezenas de judeus se manifestaram nesta segunda-feira (9/6) no Cenáculo, em Jerusalém, contra a presença de peregrinos cristãos vindos para celebrar Pentecostes neste local sagrado para as três religiões monoteístas.

“Cerca de trinta fiéis se reuniu para rezar, na presença do deputado Moshé Feiglin (membro do Likud, direita nacionalista)”, declarou à AFP Luba Samri, porta-voz da polícia israelense.

Os peregrinos cristãos e turistas presentes foram isolados pela polícia em um canto da igreja, enquanto os militantes judeus dançavam e rezavam, constatou um fotógrafo da AFP.

Segundo a tradição cristã, foi neste local, situado no Monte Sião, fora dos muros da Cidade Velha, que aconteceu a Última Ceia, a última refeição de Jesus com seus apóstolos, em que foi instituída a Eucaristia.

Também foi onde aconteceu, de acordo com os Evangelhos, a descida do Espírito Santo no Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa. Estes dois eventos marcam para os cristãos o nascimento de sua Igreja.

Para os judeus, o edifício abriga o túmulo do Rei David, venerado desde o século 12. E para os muçulmanos, que construíram uma mesquita até que o exército israelense conquistou o Monte Sião, em 1948, local também é considerado um santuário.

“Os cristãos lançaram orações sob o túmulo do Rei David (no subsolo do Cenáculo) e para nós isso é uma blasfêmia”, indicou à AFP Shraga Brand, uma judia que participou da oração contra a presença cristã no local durante Pentecostes.

Estes judeus, ultra-ortodoxos ou pertencentes ao movimento de colonos radicais, também penduraram cartazes acusando o governo de Israel de mentir, de acordo com eles, ao garantir que o status quo neste lugar santo sob a autoridade de Israel permaneceria inalterado.

De acordo com o status quo, os cristãos têm acesso livre ao Cenáculo, mas podem celebrar apenas duas missas por ano, na Quinta-feira Santa e Pentecostes. Durante a sua peregrinação no final de maio, o Papa Francisco realizou uma missa no local.

[b]Fonte: A Tribuna – Mato Grosso[/b]

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