Um juiz tem que decidir até a próxima semana se autoriza que as advogadas muçulmanas da Inglaterra cubram o rosto com véu islâmico durante a realização de julgamentos.

O caso foi apresentado ao juiz Hodge, presidente do Tribunal de Asilo e Imigração, por um colega que trabalha com imigração na localidade inglesa de Hanley, informa o jornal “The Daily Telegraph”.

O segundo, George Glossop, pediu à advogada Shabnam Mughal, que estava vestida totalmente de negro e com um véu que só deixava à mostra seus olhos, que deixasse o rosto descoberto, pois não estava escutando seus argumentos.

“Assim me permitirá ver seu rosto, pois agora não consigo ouvi-la tão bem como desejaria”, disse o juiz.

Diante da resistência da mulher, Glossop decidiu dar um intervalo para, momentos mais tarde, refazer o pedido à advogada quando a audiência recomeçou.

Como ela se negou novamente a tirar o véu, o juiz adiou a audiência até a próxima segunda e pediu ao presidente do Tribunal de Asilo e Imigração que emitisse uma decisão sobre o assunto.

O diretor do escritório de advogados onde trabalha Mughal, Javid Hussain, declarou ao jornal que ela compareceu a vários tribunais do país durante os dois últimos anos sem que ninguém questionasse seu véu.

Outras muçulmanas que trabalham na mesma empresa não usam véu, disse Hussain, que afirmou que se trata de uma “escolha pessoal”.

Acredita-se que esta seja a primeira vez na qual se pede que um juiz britânico se pronuncie sobre uma questão como esta.

Os juízes usam normalmente perucas nos tribunais superiores, mas também podem usar outros objetos ligados a práticas religiosas, como turbantes ou “hijabs” – véu que cobre apenas a cabeça e ombros.

O debate sobre o véu islâmico em sua versão mais extrema começou no mês passado com o ex-ministro britânico de Exteriores Jack Straw, que afirmou que esta peça de roupa impedia a autêntica comunicação entre as pessoas e era um obstáculo para a coesão social.

Uma professora muçulmana britânica foi demitida recentemente por sua escola, que pertence à Igreja Anglicana, por usar em classe um véu que só deixava os olhos à mostra.

Fonte: EFE

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