A juíza Adriane Bandeira, de Itajobi, julgou improcedente o pedido do Ministério Público para suspender as reformas da igreja matriz do município e autorizou a paróquia a apagar as pinturas polêmicas que havia no interior do templo.

O padre responsável pela paróquia, José Anderson Rodrigues, 31, mandou apagar as imagens e mensagens criadas na década de 80 pelo antigo pároco Osmar Ticianelli e pintadas pelo artista espanhol José Sanches, que morava em Tanabi.

As imagens chocavam fiéis mais sensíveis e assustavam as crianças. Nos quadros da via-crúcis, por exemplo, o diabo espreita o suplício de Jesus, sorri e comenta: “Jesus nojento.”

Na sentença dada nesta sexta-feira por volta de 19h30, a juíza elogia a iniciativa do padre. “A cultura dos itajobienses foi respeitada pelo atual pároco Anderson porque com uma coragem inigualável realizou o que a instituição da igreja há muito desejava.”

O promotor de justiça José Márcio Rossetto Leite disse nesta sexta-feira que havia pedido a suspensão das reformas e da pintura a pedido de moradores que consideravam a obra patrimônio cultural e histórico. “Eu não tinha tempo de fazer uma investigação, então entrei com pedido de suspensão para discutir o caso dentro do processo.”

Nesta sexta-feira, em audiência no fórum, foram ouvidos nove moradores e o antigo bispo de Catanduva, dom Celso Queiroz. Ele disse que as imagens estavam em desacordo com a doutrina cristã. Ao mostrar a prostituta seminua como ícone do pecado, as imagens ignoravam a mensagem de Jesus que oferecia a salvação também a elas pelo arrependimento.

Ao mesmo tempo, foi revelado que o perito do Instituto do Patrimônio Histórico atestou não haver relevância cultural e histórica nas pinturas.

“O Ministério Público fez seu papel de ouvir a sociedade para dar uma solução democrática à polêmica”, disse o promotor.

Fonte: Jornal Bom Dia Bauru

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