Líderes religiosos lançaram nesta terça-feira, em Lisboa, um apelo para que os hospitais portugueses respeitem as diferentes crenças religiosas e permitam o cumprimento dos seus rituais, especialmente em doentes terminais.

O apelo foi lançado durante o III Seminário Saúde e Religião – Intervir em Contextos Migratórios, que decorreu na Universidade Lusófona, em Lisboa.

Paulo Borges, da União Budista de Portugal, referiu que, “em fase terminal, um doente budista pode desejar ter assistência espiritual”, um direito que aquela entidade quer ver respeitado.

Paulo Borges disse ainda que um doente budista em situação de internamento esperava também respeito pelas suas práticas diárias de meditação, pela alimentação vegetariana que segue e pelos medicamentos que lhe são ministrados.

A diversidade espiritual nos hospitais portugueses foi também defendida por D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas e de Segurança, que se congratulou por algumas unidades de saúde disponibilizarem assistência espiritual a membros de outras religiões.

Por seu lado, o líder espiritual da comunidade islâmica, sheik Munir, afirmou que “hoje em dia já é mais fácil recitar versículos” no hospital a um doente em fase terminal.

O sheik Munir disse ainda que aconselham os hospitais a “tratar o corpo (em caso de morte) bem e o mais rápido possível” porque o funeral tem de ser feito em 24 horas, criticando os horários dos hospitais e dos cemitérios em Portugal, que impedem muitas vezes a realização atempada dos funerais.

Neste seminário estiveram também presentes representantes das Testemunhas de Jeová, da Comunidade Hindu e da Aliança Evangélica.

Fonte: Correio da Manhã

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