Um dia depois do ataque terrorista à igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, onde um padre foi degolado no altar, o governo francês reuniu um conselho de segurança, depois de se encontrar com representantes das religiões católica, muçulmana e judaica, que pediram mais segurança nos locais de culto.

Reunidos no Palácio do Eliseu, os representantes das religiões pediram ao presidente francês um reforço da segurança em igrejas, sinagogas e mesquitas, e mostraram que estão “unidos” diante do drama ocorrido nesta terça-feira (26) na Normandia. O reitor da grande mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, declarou seu “espanto” diante do ataque, que ele qualificou de “sacrilégio e blasfêmia”.

O arcebispo de Paris, Monsenhor André 23, estima que os franceses “não devem se deixar influenciar pelo jogo político do grupo Estado Islâmico, que quer jogar filhos da mesma família uns contra os outros”, como também lembrou o premiê Manuel Valls nesta terça-feira. Para o primeiro-ministro, ao atacar um padre, “os jihadistas querem atacar uma religião para provocar uma guerra de religiões”.

[b]Novas medidas para proteger locais de culto
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O presidente François Hollande também presidiu um encontro para decidir novas maneiras de proteger igrejas, mesquitas e sinagogas. Este já é o quarto conselho de defesa organizado pelo governo francês desde o atentado de Nice, que deixou 84 mortos em 14 de julho.

Participaram da reunião o primeiro-ministro Manuel Valls, o ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian, o ministro das Relações Exteriores Jean-Marc Ayrault, o do Interior Bernard Cazeneuve, e da Justiça Jean-Jacques Urvoas. A viagem que o chefe de Estado francês faria à Praga nesta quarta-feira à tarde foi cancelada.

Nesta terça-feira, menos de duas semanas depois do massacre de Nice perpretado pelo grupo Estado Islâmico, dois extremistas, entraram na paróquia de Saint-Etienne-du-Rouvray, na periferia de Rouen, e degolaram o padre Jacques Hamel, durante a missa matinal. Um deles é Adel Kermiche, 19 anos, que já havia tentado ir para Síria duas vezes, teve a prisão residencial decretada e usava uma tornozeleira eletrônica. O outro ainda não foi identificado.

[b]”Risco do ataque é radicalização da opinião pública”
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Para o historiador Odon Vallet, especialista em religiões, o risco desse novo ataque é a radicalização de uma parte da opinião pública católica, que vota na extrema-direita. “É possível que uma parte dos católicos peça uma postura mais forte contra o islamismo violento, e contra a comunidade muçulmana. Esse é o objetivo do grupo EI”, declarou.

Em 18 meses, a França foi alvo de uma série de atentados jihadistas sem precedentes, que deixaram 17 mortos em janeiro de 2015, 130 em 13 de novembro de 2015, e 84 em 14 de julho.

[b]Fonte: RFI[/b]

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