As 145 igrejas de 79 países que integram a Federação Luterana Mundial (FLM) foram incentivadas a aderir à Campanha de Prioridades Globais, que defende o aumento do gasto público voltado à satisfação das necessidades humanas e diminuir os gastos militares.

A Campanha é uma nova iniciativa internacional e inter-religiosa, compromissada com a justiça social, a paz e a seguridade humana. A meta é que em dez anos diminuam os recursos destinados para fins militares e que sejam invertidos no desenvolvimento de novas e inovadoras fontes de renda, de modo especial às pessoas mais vulneráveis da sociedade.

Uma série de resoluções foi aprovada pela 11ª. Assembléia da FLM, reunida do dia 20 até hoje em Stuttgart, Alemanha, sob o tema “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. As igrejas, reza outra recomendação, devem se envolver em campanhas de incidência pública voltadas à justiça econômica e à segurança alimentar.

“A pobreza tem rosto de mulher. Reconhecemos diariamente a brecha enorme que separa os que sofrem fome daqueles que consomem em demasia. Quando oramos, reconhecemos que o alimento é um dom de Deus e Lhe pedimos que continue dando sustento à nossa vida diária”, expressou a delegada da Igreja Protestante da Holanda, Praxedis Bouwman.

Resolução aprovada pela Assembléia pede o empenho das igrejas para a introdução de um sistema financeiro global democrático e transparente, com novas normas de contabilidade, que prevejam a publicação de ganhos, gastos, tarifas e subsídios das empresas, para evitar a evasão de impostos e preços injustos.

A FLM foi instigada a buscar a certificação e auditoria ambiental até 2012, com o propósito de reduzir emissões de CO2 e o número de impressões em seus escritórios.

A comunhão luterana deverá se envolver mais no combate da exploração comercial de corpos humanos, de modo especial os femininos e de crianças, que a mídia promove. As igrejas foram incentivadas a se empenhar no combate ao tráfico de pessoas através de pregações e materiais de conscientização e de ensino.

Os luteranos colocaram como uma prioridade da missão lutar pela integração e dignidade dos 250 milhões de dalits, que são discriminados e oprimidos na Índia, no Nepal e em outras áreas do sudeste asiático.

Também deverão promover a integração de minorias étnicas na igreja e na sociedade, de modo especial dos ciganos, grupos marginalizados na Europa central e oriental. “As tensões sociais que resultam dessa situação são capazes de desestabilizar o continente inteiro”, alertaram os luteranos.

A 11a Assembléia reforçou as propostas adotas no evento anterior, em 2003, e na Consulta realizada na Noruega, em 2006, de compromisso com os povos indígenas. A grande maioria dessas nações, reconheu a plenária, “vive em terras ancestrais, de modo especial em zonas rurais, mas uma série de fatores, tais como a pobreza, a degradação do solo e os interesses nacionais e internacionais, redundam na perda de suas terras, idiomas, tradições e direito a uma vida digna.”

[b]Fonte: ALC[/b]

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