A mãe-de-santo Benedita Maria do Nascimento (nome de registro), a mãe Nitinha de Oxum, morreu na tarde desta segunda-feira em Salvador (BA), aos 75 anos, de insuficiência respiratória. Nome emblemático do candomblé, mãe Nitinha estava internada havia cerca de duas semanas no Hospital Evangélico de Brotas.

Segunda na escala hierárquica da Casa Branca, terreiro em que trabalhava, mãe Nitinha se dividia entre os trabalhos no Rio e Salvador havia muitos anos.

Mãe Nitinha recebia o nome da Yalorixá Areonite Conceição Chagas. No candomblé, yalorixá é o nome dado para o termo mãe-de-santo, que é o sacerdote chefe de um terreiro, a quem cabe a distribuição de todas as funções especializadas do culto.

Segundo Marcos Rezende, coordenador da organização Coletivo de Entidades Negras, o enterro será às 14h desta terça-feira, no Jardim da Saudade. No mesmo dia começa o Axexê, ritual que dura dias e é acompanhado apenas por pessoas ligadas ao candomblé.

Em 2000, ela foi a primeira entre mães e pais-de-santo a ganhar direito de se aposentar, após 50 anos de serviços. Naquele ano, o Ministério da Previdência e Ação Social reconheceu os “zeladores” do culto afro como religiosos assim como qualquer sacerdote católico ou pastor evangélico, que já recebiam o benefício previsto no artigo sobre a “assistência cultural” do INSS.

Em 2005, mãe Nitinha foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar o candomblé na comitiva multirreligiosa que foi à Roma por conta da morte do papa João Paulo 2º. Mãe Nitinha, porém, perdeu o avião e não conseguiu embarcar.

Fonte: Folha Online

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