Assim como o pastor Dmitry Shestakov (leia mais), o pastor pentecostal Salavat Serikbaev foi condenado no dia 10 de maio por ensinar ilegalmente a religião, segundo informações do Fórum 18. A pena é de dois anos de prisão, mas ele obteve permissão para ficar em casa.

Caso cometa algum “crime”, assim como qualquer tipo de atividade religiosa que desagrade as autoridades, será automaticamente levado à cadeia.

Salavat também foi proibido de viajar ao exterior e a Corte de Nukus determinou que 20% do seu salário seja confiscado. Essa determinação, entretanto, não está sendo aplicada porque ele está desempregado. Em sua cidade, 80% da população não têm emprego.

Apesar das diversas acusações contra ele (incitação ao ódio religioso, dirigir organização religiosa ilegal e distribuir materiais de promoção ao extremismo religioso, entre outras), o pastor Salavat acabou sendo levado a juízo pelo artigo 229-2, do Código Criminal, que prevê punição para quem “violar a administração e ensinar religião” – com pena de até três anos de prisão.

Auto-defesa

O pastor negou as acusações e disse que os policiais que testemunharam contra ele mentiram. O Fórum 18 tomou conhecimento de que Salavat fez a própria defesa, já que não tinha condição financeira de pagar um advogado.

Ao ser procurada pelo Fórum 18, a chancelaria da Corte de Nukus se negou a discutir o caso e o veredicto. No mesmo dia, também houve uma tentativa de fazer contato com o representante regional do Comitê para Assuntos Religiosos do governo, Nurula Lamoloy, mas sem sucesso.

Salavat Serikbaev tem 32 anos e há tempos vem sofrendo perseguições por suas atividades cristãs. Em 1999, ele passou quatro meses preso e no último ano foi multado. Ele vem sendo continuamente alertado, ameaçado e perturbado. A última ocorrência do gênero partiu do próprio comitê local, que iniciou procedimentos para retirar o seguro social de sua esposa e de seus cinco filhos, o que inclui cuidados médicos para seus filhos.

O pastor Salavat, que é da cidade de Muinak, ao norte de Nukus, perto do Mar de Aral, foi preso quando estava com um grupo de 18 protestantes na casa do presbiteriano Grigory Ten, no dia 15 de janeiro. Na ocasião, muitos foram acusados com base no código administrativo.

Muinak é uma cidade do Karakalpaquistão, uma república autônoma que proíbe atividades religiosas de não-muçulmanos e não-ortodoxos.

No dia 9 de abril a Corte Criminal declarou Grigory Ten culpado por ofensa religiosa. Ele recebeu uma multa de R$ 1.000,00 – quantia que poucas pessoas recebem durante todo o ano na região.

Perseguição

Os cristãos continuam na mira da polícia, que recentemente prendeu seis mulheres cristãs e um homem durante uma festa de aniversário, em uma residência particular. Todos os sete foram algemados, presos e soltos no dia seguinte. Alguns chegaram a ser espancados.

Os meios de comunicação também continuam a perseguir minorias religiosas, principalmente os protestantes.

Fonte: Portas Abertas

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