O Natal – que para os cristãos simboliza o nascimento de Jesus Cristo – embora seja um momento especial na vida de milhares de pessoas, não é comum para diversos povos.

Para culturas como islamismo, budismo, judaísmo, hinduísmo, taoísmo e xintoísmo, o nascimento de Jesus Cristo tem um significado diferente daquele pregado pelos cristãos. Apesar disso, respeitam quem festeja a data.

O sheik Ahmad Amin El Orra, do Departamento Religioso do Centro Islâmico de Jundiaí, comenta que apesar de os muçulmanos não celebrarem o Natal, respeitam e honram a personalidade em cujo nome esta festividade é observada: Jesus Cristo. “Nós acreditamos que Jesus, filho de Maria, foi um grande profeta de Deus. Cada muçulmano o honra, o respeita e o ama, até porque Deus disse no Alcorão Sagrado: ‘Dizei: cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e as tribos. No que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor’. Assim não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Deus”, explica.

Mohamad Taha, que também participa das atividades da Mesquita, reforça que a data é tida como um dia como qualquer outro e que os muçulmanos possuem apenas duas festividades: a festa do Desjejum, ao fim do mês do Ramadan, e a Festa do Sacrifício, que assinala o fim da peregrinação de milhões de pessoas à Meca e lembra o sacrifício do profeta Abraão. “A festa está na essência de lembrar os ensinamentos dos profetas e não apenas nos comes e bebes. Nossa felicidade vem acompanhada do cumprimento da adoração de Deus. Nesta época de dezembro, mas especificamente no dia do nascimento de Jesus, não há alteração em nossa alimentação, tampouco na questão dos enfeites e compras por motivo do Natal.”

As Testemunhas de Jeová, inclusive em seu site oficial, explicam que os seguidores comemoram apenas a morte e não o nascimento de Jesus Cristo.
Como explicam, os apóstolos e os primeiros discípulos de Jesus não comemoravam o Natal. Para eles não há provas de que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro, já que a data de seu nascimento não foi registrada na Bíblia. Acreditam que o Natal não é aprovado por Deus porque se origina de costumes e rituais pagãos.

[b]Alegria sempre
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Seguindo a tradição Kadampa, a monja Kelsang Chime (leia-se Time), do Centro Budista Kadampa, em Jundiaí, explica que os seguidores deste estilo de vida, ‘comemoram a comemoração’ das pessoas e das famílias e por isso acreditam que a alegria é a melhor parte que ocorre no Natal. Mas ela enfatiza que esta satisfação e este espírito deveriam persistir o ano todo. “Jesus é considerado um Buda, um ser iluminado e por isso toda essa alegria é bem-vinda, principalmente a união entre as pessoas. Podemos, sim, enfeitar nossas casas, participar de uma ceia de Natal, mas não temos um alimento preferido porque aceitamos o que nos é oferecido, pois temos a prática de contentamento.”

Os locais que adotam o budismo como religião – entre eles Vietnã, China, Tibet, Camboja, Coreia do Sul, Butão, Burma, Hong Kong, Japão, Mongólia, Cingapura, Sri Lanka, Tailândia – não se envolvem com a característica particular do nascimento de Jesus Cristo. Eles admiram e respeitam a tradição, mas Jesus para a crença é considerado um ‘bodhisattva‘, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres.

[b]Fonte e foto: Site do Jornal de Jundiaí[/b]

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