O Ministério Público de São Paulo anunciou nesta segunda (26) que vai adotar medidas judiciais cabíveis contra a Igreja Apostólica Renascer em Cristo pela realização de cultos em local sem licença de funcionamento no domingo (25).

Segundo o MP-SP, a igreja descumpriu acordo feito após o desabamento do teto da sede da igreja, na zona sul da capital paulista. O acidente, que ocorreu no domingo (18), causou a morte de nove pessoas e deixou mais de cem feridos.

A Prefeitura de São Paulo multou em cerca de R$ 34,5 mil o clube Homs, localizado na avenida Paulista, onde os fiéis da Renascer participaram dos cultos. Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, o clube não apresentou alvará de funcionamento para a realização de reuniões com mais de 500 pessoas.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a igreja Renascer nega que tenha descumprido o acordo com o MP, pois o mesmo “dizia respeito à utilização do espaço da Lins de Vasconcelos [local do acidente] , não a lugares com condições, caso do Club Homs”. A igreja afirma ainda que “o Club Homs apresentava todas as condições exigidas” e que “os esclarecimentos sobre isso serão feitos tranquilamente e a argumentação será encaminhada à promotora de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital, Mabel Tucunduva”.

Retorno e demolição

Nesta segunda (26), moradores começaram a retornar às casas interditadas por causa do risco de novos desabamentos no local. Empresa contratada com base no acordo entre o MP-SP e a igreja continua a demolição das paredes que ainda ameaçavam os imóveis no entorno.

A demolição é praticamente artesanal. Dois profissionais são içados em uma gaiola por um guindaste e retiram tijolo por tijolo a parede que apresenta risco de desabar, que fica ao lado direito da fachada do templo. A Renascer se comprometeu a indenizar eventuais danos causados pela demolição.

Inquérito corre na 1ª Delegacia Seccional de São Paulo. Testemunhas prestam depoimento para dar suas versões sobre o acidente. A polícia afirma que um dos depoimentos fala sobre a existência de goteiras no teto, que já chegou a ser interditado há dez anos. Em nota, a igreja afirma que o telhado era seguro.

Fonte: UOL

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