O ministro da imigração da França, Brice Hortefeux, escreveu uma carta aos bispos franceses para explicar a política migratória adotada pelo governo francês.

Em diversas ocasiões, a Conferência Episcopal manifestou dúvidas e perplexidades acerca de alguns pontos da nova lei, que o governo de Sarkozy está promovendo para regular o fluxo migratório no país. A carta do ministro foi publicada na quarta-feira pelo jornal “La Croix”.

“A situação dos imigrantes é, muitas vezes, dolorosa. Inúmeros são aqueles que chegam à França e vivem na precariedade”, escreve o ministro Hortefeux, que continua: “Uma generosidade muito apressada pode gerar graves conseqüências. Para que os refugiados possam ser acolhidos dignamente, para que os migrantes regulares tenham capacidade de integrar-se na comunidade, o Estado deve conduzir uma política de imigração equilibrada e coerente. A clareza em relação à imigração clandestina é necessária no interesse dos próprios migrantes”.

Este ano, em 1° de outubro, Dom Claude Schockert, da Comissão episcopal para a missão universal da Igreja, assinou uma Declaração em que a Conferência episcopal francesa tomava uma firme posição.

“Os cristãosse recusam por princípio a escolher entre migrantes bons e maus, entre clandestinos e regulares, entre cidadãos com visto e aqueles sem. Que sejam uns ou outros, são nossos irmãos e irmãs em humanidade. Não se trata de contestar a responsabilidade dos políticos em regular os fluxos migratórios, desde que estejam em conformidade com o direito europeu e internacional”, escreveu.

O bispo conclui: “As medidas sempre mais restritivas tomadas em relação aos imigrantes parecem concessões a uma opinião pública dominada mais pelo medo do que por uma oportunidade de mundialização”.

Fonte: Rádio Vaticano

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