O ministro alemão de Interior, Wolfgang Schäuble, quer reforçar a luta contra o islamismo radical e a integração fazendo com que nas mesquitas do país se pregue em alemão e que os imames, se possível, formem-se na Alemanha.

“Seria ideal que os imames recebessem formação na Alemanha e que falassem nosso idioma nas preces, assim como ocorre nas igrejas católicas, onde há anos se deixou de orar em latim”, disse o ministro em entrevista à revista “Der Spiegel”.

Schäuble apresentará sua proposta sobre as preces em alemão na reunião do próximo dia 27 em Berlim com líderes muçulmanos na Alemanha. Este tipo de conferência se repetirá a cada seis meses nos próximos três anos, com o objetivo de estabelecer um diálogo e cooperação entre o Estado e as associações muçulmanas.

Ao contrário do que ocorre com outras religiões, os muçulmanos carecem de um conselho ou de interlocutores únicos, o que a julgamento do ministro impediu até agora a assinatura de um contrato social.

Calcula-se que 3,2 milhões de muçulmanos vivem na Alemanha, entre eles 1,8 milhão de turcos, 200 mil bósnios e cerca de 100 mil iranianos. A comunidade está agrupada em 2.500 associações, mesquitas e centros de oração.

“Não quero mudar o Islã, mas, se tem que haver um Islã europeu, tem que assumir os valores europeus”, afirmou o ministro, lembrando ainda que a igreja cristã teve que aceitar declarações difíceis em seu centenário processo de reforma.

“O Islã deverá fazer o mesmo ou não será uma parte da Europa”, disse o ministro, convencido de que as mesquitas podem e devem contribuir com os esforços do Governo para a integração, pois se chegou “a um ponto no qual a terceira geração de emigrantes muçulmanos está menos integrada que a primeira”.

Fonte: Último Segundo

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