O arcebispo emérito da cidade de Santa Maria (RS) Ivo Lorscheiter, um dos símbolos da resistência da Igreja Católica ao regime militar, morreu nesta segunda-feira, 05 de março, aos 79 anos vítima de infecção generalizada.

Lorscheiter, que esteve à frente da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB) durante grande parte do regime militar, se destacou na época por seu discurso em defesa dos direitos humanos e por seus trabalhos na busca por desaparecidos políticos.

O religioso morreu como conseqüência de uma infecção generalizada e de uma arritmia cardíaca, segundo o boletim divulgado pela direção do Hospital da Caridade da cidade de Santa Maria.

Lorscheiter permanecia no hospital desde o dia 25 de fevereiro devido às complicações resultantes de uma cirurgia no estômago.

O arcebispo emérito foi secretário do episcopado brasileiro entre 1971 e 1979 e presidiu o órgão entre 1979 e 1987, precisamente nos períodos mais rígidos do regime militar.

Nesse período abrigou na Igreja brasileira vários defensores da Teologia da Libertação, além de bispos e sacerdotes de tendências pouco conservadoras, entre eles seu próprio primo, o cardeal Aloísio Lorscheiter.

O religioso, que participou do Concílio Vaticano II e foi o último bispo brasileiro consagrado pelo Papa Paulo VI, se levantou como uma figura emblemática durante a ditadura por suas críticas constantes às violações dos direitos humanos e a ajuda dada aos perseguidos políticos.

A diocese de Santa Maria informou que o corpo do arcebispo emérito vai ser sepultado na terça-feira em cerimônia que será realizada na Basílica de Medianeira (estado do Paraná).

Fonte: Efe

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