O ex-arcebispo Josef Wesolowski, que seria o primeiro membro do clero a ser julgado pelo Vaticano por abuso sexual de menores e posse de material pornográfico, morreu na noite desta sexta-feira, um mês depois de ter sido hospitalizado devido a um problema de saúde não especificado.

[img align=left width=300]http://imagens.publico.uol.com.br/imagens.aspx/970489?tp=UH&db=IMAGENS&w=749[/img]Wesolowski estava acusado de crimes cometidos entre 2008 e 2013, quando era o embaixador do Vaticano na República Dominicana, e alegadamente pagou para manter relações sexuais com menores.

A polícia de Santo Domingo abriu uma investigação depois de denúncias de pagamentos feitos pelo núncio a jovens para participarem em sessões de masturbação ou relações sexuais. De acordo com o relato dos menores, Wesolowski costumava frequentar um passeio marítimo que é uma conhecida zona de prostituição de Santo Domingo. Aparecia “disfarçado” com roupas de turista e um boné de basebol, e abordava rapazes – alguns eram engraxadores de sapatos e outros eram prostitutos – a quem oferecia dinheiro em troca de serviços sexuais.

As acusações foram transmitidas à Santa Sé e o assunto foi reputado como “extremamente grave”. O então arcebispo foi discretamente removido do cargo e chamado de volta a Roma antes de ser inquirido pelas autoridades dominicanas – uma decisão polêmica mas que segundo a interpretação da Santa Sé não “obstruiu” a justiça uma vez que Wesolowski estava “protegido” pela sua imunidade diplomática.

Além de abuso sexual de menores, o ex-prelado também foi acusado da posse de pornografia infantil: esse material terá sido encontrado entre os seus pertences quando já se encontrava em Roma. Jozef Wesolowski poderia enfrentar uma pena de seis a doze anos de prisão, que provavelmente iriam ser cumpridos num estabelecimento prisional italiano (o Vaticano não dispõe de cadeia). Outras possibilidades poderiam passar pela extradição para a República Dominicana ou para a Polônia, o seu país de origem.

A Santa Sé qualificou o processo – que seria o primeiro julgamento de crimes sexuais dentro do Vaticano – como “delicado” e confirmou que o inquérito envolvia um elevado grau de cooperação internacional, nomeadamente com as instâncias judiciais da República Dominicana. Há dois meses, o Vaticano disse que as acusações seriam examinadas pelo “órgão judicial competente da Justiça canônica”, que poderia solicitar perícias técnicas e inquirições de testemunhas para “uma análise mais escrupulosa das provas”.

[b]Fonte: Publico [/b]

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