Em carta à CNBB, movimentos ligados à Igreja Católica da Paraíba criticam arbitrariedades praticadas pelo arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto.

Movimentos ligados à Igreja Católica da Paraíba divulgaram uma carta aberta à população, endereçada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), repudiando supostas arbitrariedades que estariam sendo praticadas pelo arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto. Na carta aberta, pedem que a CNBB repreenda o arcebispo.

A carta é datada de 31 de agosto e foi elaborada por um grupo de pessoas ligadas à Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), Central Única dos Trabalhadores (CUT), pastorais católicas e sindicatos, entre outras de um total de 50. A carta foi motivada pelo fato de o arcebispo ter se posicionado contra o “Grito dos Excluídos”, manifestação pública que acontece todos os anos na Semana da Pátria.

Este ano, além de repudiar o “Grito dos Excluídos”, Dom Aldo também se manifestou contra a proposta de plebiscito sobre o limite da propriedade rural no Brasil. De acordo com as entidades, o arcebispo de João Pessoa tem demonstrado atitudes que não condizem com sua função de pastor, “cuja missão é reunir o rebanho e não espalhar a cizânia, como vem fazendo contra os pobres, na Paraíba”.

Dom Aldo Pagotto, segundo a carta, “age em desacordo com as orientações pastorais da própria CNBB, vem criticando e desestimulando as iniciativas que visem a promover a justiça social, a dignidade e a organização dos pobres, dos trabalhadores do campo e das periferias urbanas, da CEBs, da grande maioria das pastorais sociais e até de padres comprometidos com a causa dos pobres”.

iz o documento que o arcebispo “não perde a oportunidade de abençoar e defender os interesses dos poderosos, como fez recentemente, por meio do jornal Correio da Paraíba, em coluna por ele assinada, na qual, ao questionar o plebiscito, faz insinuações pejorativas, inclusive de roubo, em relação aos movimentos populares”. Segundo a carta, “não é a primeira, nem a segunda vez que os pobres da Igreja Católica da Paraíba se sentem agredidos por quem tem o dever de ser seu pastor”.

[b]Outro lado
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A assessoria de imprensa da Arquidiocese contestou hoje o documento das entidades. Segundo o assessor de imprensa Eisenhower Almeida de Albuquerque, “a carta é mentirosa” e não tem as assinaturas das pessoas que a elaboraram. Ainda segundo ele, “a carta não é representativa” e teria sido elaborara por um diácono que sequer pertence à Igreja da Paraíba e não tem autorização para representá-la. Por fim, segundo Albuquerque, as entidades que estão citadas na carta não seriam representativas da sociedade nem representam a Igreja.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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