Um dia depois de governo proibir rezas nas ruas, fiéis recorrem a locais improvisados.

Dezenas de imigrantes africanos, vestidos com túnicas muçulmanas, se concentram em frente a um conjunto habitacional próximo ao 19º distrito de Paris. Eles se preparam para rezar apertados em uma mesquita improvisada em uma sala de 20 metros quadrados de área.

Um dia após o governo de Nicolas Sarkozy anunciar a proibição da realização de rezas nas ruas de Paris e Marselha, muçulmanos da capital se dizem incapazes de cumprir a determinação por falta de mesquitas na cidade.

“Hoje [ontem], a maioria de nós conseguiu entrar na mesquita. Mas, na sexta-feira, quando todos vêm às orações, a maior parte das pessoas tem de rezar do lado de fora”, disse Djibril Sokhona, imigrante da Mauritânia.
Hoje há 2.000 mesquitas na França, e até o governo admite que não são suficientes para os cerca de 6 milhões de muçulmanos no país.

“É um absurdo isso ter virado crise política. O presidente quer atrair mais eleitores de direita”, diz o engenheiro civil Zeboschi Noureddine, 39, presidente da associação cultural de Bardés.

A proibição das rezas na rua aconteceu na mesma semana em que entrou em vigor no país uma lei que proíbe as muçulmanas de usar burca, niqab ou qualquer véu que cubra o rosto inteiro.

Ontem, no bairro de Bardés, tradicional reduto árabe de Paris, a reportagem constatou que a maioria das mulheres cumpria a lei.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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