Uma mulher, membro da Associação 11M Afetados pelo Terrorismo, entrou ontem na sala na qual são julgados os acusados pelos atentados, atribuído a radicais islâmicos, com uma camiseta estampando uma das polêmicas caricaturas de Maomé publicadas em diversos jornais europeus.

A mulher sentou de frente para a cabine blindada na qual ficam os acusados, permanecendo ali durante parte da sessão da manhã, embora tenha abandonado a sala antes que ela terminasse.

Nesse momento, o presidente do tribunal, Javier Gómez Bermúdez, ordenou à segurança que identificassem a mulher, que neste momento ficou visivelmente nervosa, tendo que ser atendida pela equipe de psicólogos que habitualmente estão presentes no julgamento.

A caricatura impressa pertencia à série de doze desenhos sobre Maomé publicados em setembro de 2005 no jornal dinamarquês “Jyllands-Posten” e reproduzidas, posteriormente pelo norueguês “Magazinet”, que causou uma grave crise nas relações entre a Europa e os países muçulmanos.

Segundo explicou Gómez Bermúdez aos jornalistas, o tribunal tinha visto a camiseta da mulher, mas não sabia se continha alguma mensagem, por isso que, prevendo ser uma conhecida de algum dos acusados e que trazia em sua roupa alguma inscrição dirigida a eles, ordenou que fosse identificada. Esclarecido o assunto, a mulher continuou acompanhando a sessão.

O presidente do tribunal não percebeu a mulher dizendo que todos são livres para vestir o que quiser, mas admitiu que se apresentar com uma peça como essa na sala na qual são julgados os atentados de 11 de março, nos quais morreram 191 pessoas, propicia uma “conotação especifica” que é melhor evitar.

Fonte: EFE

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