O núncio apostólico em Israel, Dom Antonio Franco, confirmou hoje a agenda da visita do papa Bento XVI à Terra Santa e revelou que o Pontífice celebrará uma missa a uma pequena comunidade católica da Faixa de Gaza.

Confirmada há dois meses pelo próprio Pontífice, a viagem apostólica ocorrerá entre os próximos dias 8 e 15, com escalas na Jordânia, Israel e Territórios Palestinos.

“Solicitamos 200 permissões para a comunidade católica de Gaza (que reúne cerca de 300 pessoas no total, ndr.)”, disse Franco à ANSA, esclarecendo que as autoridades israelenses não apresentaram nenhuma objeção ao pedido. Os fiéis católicos da Faixa de Gaza foram convidados para a missa que o Papa irá celebrar na Cisjordânia.

O núncio apostólico também confirmou que o Papa se reunirá com refugiados palestinos em Aida, Belém. “O encontro ocorrerá no pátio da escola local”, afirmou Franco, desmentindo que o governo israelense tenha imposto alguma condição ou proibido a instalação de um palco no local, como havia publicado a imprensa recentemente.

Um dos questionamentos em relação à viagem, referente à visita do Pontífice ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, onde há uma sala com uma imagem de Pio XII (1939-1958) com a legenda “silêncio”, não está na agenda.

Bento XVI visitará o memorial, mas não o controverso local em que há críticas sobre o papel de Pio XII durante a Segunda Guerra Mundial, confirmou o representante diplomático da Santa Sé. Discussões sobre o Holocausto “não estarão na agenda”, afirmou.

Sobre outras possíveis controvérsias, que poderiam ser enfrentadas pelo Pontífice, como o caso da revogação da excomunhão do bispo lefebvriano negacionista Richard Williamson, Franco acredita que “não haverá espaço” para isso. Em relação ao bispo inglês, que negou o Holocausto, o núncio declarou também que o “caso já foi enterrado, resolvido, esclarecido”.

Franco revelou, por outro lado, que a Santa Sé pretende “desenvolver um trabalho de investigação conjunto” com os estudiosos do Yad Vashem sobre o Pontificado de Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli (nome de batismo de Pio XII).

O objetivo “é estudarmos juntos documentos para se chegar a um consenso comum sobre questões complexas de uma época histórica difícil”, explicou.

Viagem à Terra Santa

Bento XVI iniciará sua viagem apostólica à Terra Santa (Jordânia, Israel e os Territórios Palestinos) na próxima sexta-feira. A primeira escala será Amã, onde visitará o centro para crianças deficientes Regina Pacis e se encontrará com os reis da Jordânia.

No sábado e domingo, o Pontífice terá outros compromissos no país árabes, como a celebração da missa dominical no estádio da capital jordaniana e a visita a mesquita Al-Hussein Bin Talal.

Na próxima segunda-feira (11), ele irá a Israel, onde se reunirá com o presidente Shimon Peres e outras autoridades, e visitará o Memorial do Holocausto Yad Vashem.

No dia seguinte, irá à Esplanada da Mesquita de Jerusalém e ao Domo da Rocha (conhecido também como Mesquita de Omar ou Cúpula da Rocha) acompanhado pelo Grão-Mufti de Jerusalém. Depois, Bento XVI irá ao Muro das Lamentações e se reunirá com altos líderes do Grã-Rabinato de Israel.

Na quarta-feira (13), o Papa visitará Belém, onde se reunirá com autoridades palestinas e com a pequena comunidade cristã, e no dia 14, celebrará uma missa no novo anfiteatro localizado ao lado do Monte do Precipício de Nazaré, para a qual espera-se cerca de 40.000 assistentes.

O Pontífice retornará a Roma no dia 15, após visitar o Santo Sepulcro e participar de um encontro ecumênico com o Patriarca Greco-Ortodoxo de Jerusalém.

Fonte: Ansa

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