Por décadas a história determinou como a sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia dividia verbas entre suas atuais 13 regiões mundiais, ou divisões. Mas para os cinco oficiais da Igreja na Comissão de Revisão de Apropriações, recentemente criada, “o fato de que assim foi como sempre fizemos” não mais parece uma explicação adequada.

Além de “ajustes menores” que acompanharam mudanças nas fronteiras de divisões ao longo dos anos, o grupo estima que dirigentes da Igreja realizaram uma revisão abrangente de apropriações no princípio dos anos 90. Mesmo então, o resultado — um manuscrito de 1.000 páginas complicado por cálculos em que se buscava base científica para distribuição de verbas — eliminava quaisquer ajustes práticos.

“Fizemos um exame do material e concluímos, ‘isso simplesmente não faz sentido, Esse tipo de coisa não se ajusta a uma fórmula coerente e justa'”, declara Robert E. Lemon, tesoureiro da Igreja a nível mundial e membro da comissão.

Começando em abril, a comissão visitará cada divisão para examinar os registros financeiros, localizar indicadores de pontos fortes e pesar os benefícios aos funcionários. Após passar em revista entre 500 a 700 entidades denominacionais entre 1995 e 2005, a comissão comparará os resultados dos dois anos de estudo e fará recomendações independentemente da história das apropriações.

Em jogo estão 68 milhões de dólares em apropriações anuais para instituições e divisões adventistas por todo o mundo e qualquer redistribuição acomodará da melhor maneira os desafios, oportunidades e economia de cada região, declara Lemon.

A questão de câmbio é particularmente incerta, declara Jóhann E. Jóhannsson, tesoureiro da região Trans-Européia, a primeira na lista da comissão para revisão. Em vista de que as apropriações são distribuídas em dólares americanos, pode representar “uma luta” equilibrar o orçamento em regiões com moedas que não sejam favoráveis, como o caso da libra esterlina britânica contra o debilitado dólar americano, ele diz.

A questão de câmbio também afeta os salários. “Em algumas partes do mundo, custa cinco a sete vezes mais contratar um empregado do que em outras partes do mundo”, diz Jóhannsson.

Problemas econômicos e atribuição de prioridades semelhantes são preocupações da comissão, não as más utilizações de verba, diz Lemon. “Dinheiro pode estar sendo usado onde já temos boa infra-estrutura, em lugar de alcançar áreas necessitadas”, ele aduz.

Isso significa que apropriações para algumas regiões serão inevitavelmente reduzidas, diz ele, particularmente onde crescimento recente em número de membros e infra-estrutura promoveu a estabilidade financeira.

“Creio que todos reconhecem que há áreas que, a despeito de anteriormente enfrentar grandes necessidades, a Igreja é agora forte o suficiente para começar a assumir maior responsabilidade”, diz Lemon.

Essa orientação desafia métodos tradicionais de distribuição de verbas, diz Lemon, em grande medida instigado por membresia em vez de necessidade. Em lugar dessa distribuição proporcional, a comissão está em favor de recalibrar as apropriações segundo necessidades específicas a longo prazo.

“É muito fácil fazer comparações entre [regiões eclesiásticas]”, declara Lowell Cooper, um dos vice-presidentes da denominação e diretor da comissão. “De fato não podemos. Os índices de crescimento são diferentes. As economias são diferentes. O grau ao qual a Igreja numa determinada área depende de apropriações difere do de outras áreas”.

A liderança regional da Igreja reconhece que qualquer redução nas apropriações significa que uma região com maiores desafios se beneficiará, diz Cooper. “Não se trata de um ‘nós contra eles’; não temos que lutar e competir uns com os outros”.

“Esse tipo de revisão é de muita ajuda, porque constantemente precisamos redefinir nossa meta a fim de continuar progredindo”, declara Paul R. Clee, diretor de comunicação para a região eclesiástica Tran-Européia. “Quando nos questionamos, isso nos ajuda a aguçar nosso enfoque”.

A comissão deverá prestar relatório à Comissão de Planejamento e Orçamento, que recomendará quaisquer mudanças em apropriações este outono aos delegados do Concílio Anual, uma das reuniões bi-anuais da Igreja. As recomendações serão parceladas em fases durante um período de tempo para “permitir ajustes”, declara Lemon.

Uma vez sejam plenamente adotadas, as recomendações provavelmente orientarão a distribuição de verbas denominacionais para “um futuro previsível”, aduz Cooper.

“Talvez por alguns anos à frente pode haver necessidade de outra etapa para ver se as coisas carecem de ser reequilibradas novamente”, diz ele.

Fonte: Rede Adventista de Notícias

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