A crise mundial pode acabar com os avanços na luta contra a fome alcançados nos últimos anos na América Latina e no Caribe, onde a desnutrição em 2008 pode afetar mais de 50 milhões de pessoas, informou a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

A FAO estima que 923 milhões de pessoas passaram fome no mundo no ano passado, 51 milhões delas na América Latina, sobretudo devido ao aumento dos preços dos alimentos.

José Graziano, diretor da FAO para a América Latina e o Caribe, explicou hoje, em coletiva de imprensa, que se prevê que o número de desnutridos no mundo aumente em 2008 para 963 milhões de pessoas, embora ainda não se saiba quantas delas vivam na América Latina.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe adiantou, em um relatório divulgado ontem, que este ano 11 milhões de pessoas a mais que em 2007 não conseguiram comprar a cesta básica, embora nem todas elas estejam desnutridos, já que muitas têm acesso a ajudas sociais.

No entanto, Graziano considera que se um terço delas passasse fome representaria já “um impacto grande” que dilapidaria o sucesso na redução de dois milhões de famintos que se alcançou na região entre 1990 (53 milhões) e 2007 (51 milhões).

“Achamos que a vantagem de dois milhões se perdeu, porque o impacto da crise em 2008 foi dos piores”, afirmou o representante regional da FAO.

Segundo Graziano, “há tempo para que os Governos tomem medidas a fim de que não se concretize a crise anunciada”.

Fonte: EFE

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