A crise aberta com a descoberta da compra de um apartamento de luxo pela Arquidiocese do Rio de Janeiro causou a demissão do padre Edvino Steckel. Ele foi um dos homens mais poderosos da Igreja no Rio durante a gestão de Dom Eusébio Scheid, encerrada no mês passado.

Padre Edvino foi obrigado a se afastar do cargo de ecônomo – administrador dos bens da Arquidiocese ¿ e deixou a diretoria da Rádio Catedral.

A decisão de retirar o padre Edvino dos cargos foi tomada pelo novo arcebispo, Dom Orani Tempesta, durante reunião, quarta-feira, com os seus bispos-auxiliares. Irritado ao saber da compra do apartamento, Dom Orani chegou a adiar uma viagem para a Alemanha: só embarcou ontem, depois de resolver o problema. A assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio divulgou que padre Edvino “pediu demissão” dos cargos domingo passado.

O apartamento, na avenida Rui Barbosa, no Flamengo, tem cerca de 500 m² e serviria de residência para Dom Eusébio quando ele viesse ao Rio – o arcebispo emérito (aposentado) foi morar em São José dos Campos, São Paulo. De acordo com escritura arquivada no 3º Registro Geral de Imóveis, o imóvel custou R$ 2,2 milhões. A taxa de condomínio é de R$ 2 mil.

O novo ecônomo será o monsenhor Abílio da Nova, pároco da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana. Ele terá como auxiliar o administrador Cândido Feliciano da Ponte Neto, que exerceu o cargo de ecônomo durante a gestão de Dom Eugenio Sales (1971-2001). Ponte Neto foi afastado no ano passado em meio a uma reforma administrativa implementada por Dom Eusébio e padre Edvino: 67 funcionários da Arquidiocese foram demitidos.

Fonte: O Dia

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