Depois de receber três ameaças de morte em dois dias, o representante comercial José Carlos Terra, pai de Lucas Terra – assassinado aos 14 anos, em 2001, crime pelo qual o ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Silvio Roberto dos Santos Galiza foi condenado -, resolveu procurar ajuda da Justiça.

Ele esteve na Vara da Infância e da Juventude, no Fórum Criminal Desembargador Carlos Souto, em Salvador (BA), para pedir proteção à Justiça.

Terra conta que recebeu duas ligações na segunda-feira e uma na terça-feira, todas de números não identificados. O interlocutor, de acordo com ele, fez ameaças à família de Terra, caso ele não deixe Salvador e pare de pressionar a justiça para punir os acusados. “Minha família está em pânico, mas não vamos sair da cidade, nem desistir da luta.”

O representante comercial acredita que os telefonemas tenham sido feitos pelos acusados de envolvimento no assassinato de seu filho que ainda estão foragidos. “O primeiro passo é descobrir a origem dessas ligações”, afirma o promotor Oscar Araújo Silva.

O processo – Freqüentador da Universal, Lucas Terra foi queimado vivo em março de 2001, quando tinha 14 anos. O assassinato, de repercussão internacional, ainda não teve seu motivo esclarecido. Em outubro daquele ano, o pastor Galiza foi apontado pelas investigações como autor do crime. Julgado em junho de 2004, Galiza foi condenado a 23 anos e cinco meses de prisão, mas como a condenação foi de mais de 18 anos, um segundo júri foi marcado.

No segundo julgamento, em novembro de 2005, o pastor foi novamente condenado, desta vez a 18 anos de reclusão.

Defendendo sua inocência no crime, Galiza passou, então, a acusar dois outros colegas da Universal pelo assassinato, o ex-pastor Joel Miranda e um ex-bispo da igreja, Fernando Aparecido. Segundo Galiza, ele não havia apontado os religiosos antes por ter recebido ameaças de morte durante o processo.

O pedido de prisão temporária dos dois suspeitos foi acatado pela Justiça em fevereiro do ano passado. Miranda chegou a ser detido, no Pará, mas deixou a prisão por força de habeas-corpus. Hoje, os dois acusados são considerados foragidos.

Fonte: Bem Paraná

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