Ainda na década de 1950, o então Papa, Pio 12, havia descrito a abordagem científica como válida para explicar o Universo.

Teorias científicas como o Big Bang, a grande explosão teria dado origem ao Universo 13,7 bilhões de anos atrás, e a ideia de que a vida se desenvolveu através de um processo evolutivo não entram em conflito com o ensinamento católico, disse o Papa Francisco, nesta terça-feira (28).

Discursando em um encontro da Pontifícia Academia de Ciências, um organismo independente sediado no Vaticano e financiado em grande parte pela Santa Sé, Francisco afirmou que as explicações científicas para o mundo não excluem o papel de Deus na criação.

“O início do mundo não é trabalho do caos, que deve sua origem a outra coisa, mas deriva diretamente de um princípio supremo que cria a partir do amor”, declarou. “O Big Bang, que hoje é considerado como a origem do mundo, não contradiz a intervenção criativa de Deus. Pelo contrário, ele a requer”, argumentou.

Para o Papa, a explicação para isso é que, para os seres evoluírem, foi necessária a criação deles em algum ponto. Daí a ideia de que Deus teria tido seu papel no processo de desenvolvimento da Terra. “A evolução requer a criação de seres que evoluem”, resumiu.

No passado, a Igreja se opôs às primeiras explicações científicas do Universo, que contradiziam o relato da criação na Bíblia, condenando o astrônomo Galileu Galilei, do século XVII, por ter demonstrado que a Terra girava em torno do sol.

Entretanto, a Igreja tem buscado descartar sua imagem de inimiga da ciência – e os comentários de Francisco ecoaram declarações de seus antecessores.

O papa Pio 12 descreveu a evolução como uma abordagem científica válida para o desenvolvimento dos humanos, nos década de 1950, e João Paulo 2º reiterou a posição, em 1996.

Em 2011, no entanto, Papa Bento 16 disse que as teorias científicas da origem e do desenvolvimento do Universo e dos humanos, embora não entrassem em conflito com a fé, deixavam muitas perguntas sem respostas.

[b]Fonte: Último Segundo[/b]

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