O papa Bento 16 fez uma homenagem no domingo ao pontífice da época do nazismo Pio 12, que está no centro de uma controvérsia com grupos judeus que o acusam de dar as costas ao Holocausto.

O papa celebrou uma missa na basílica romana de San Lonrenzo, que foi parcialmente destruída por bombardeios dos Aliados em 19 de julho de 1943, matando ao menos 3 mil pessoas na vizinhança. Ele disse que Pio 12 correu ao local para ajudar as vítimas.

“O gesto generoso naquela ocasião de meu venerável predecessor, que correu imediatamente para ajudar e confortar a população nos destroços, não pode ser apagado das lembranças históricas”, disse o papa em sua homilia.

O pontífice da época nazista, que comandou a Igreja Católica de 1939 até sua morte em 1958, foi acusado por alguns judeus de falta de ação em relação ao Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, acusação que seus defensores e o Vaticano negam.

Vários influentes grupos judeus pediram a Bento 16 que congele o processo que pode um dia fazer de Pio 12 um santo até que mais arquivos do Vaticano sobre o período sejam abertos.

Discute-se atualmente se Bento 16 deveria fazer avançar o processo de santificação –que conta com defensores católicos– por meio da assinatura de um decreto reconhecendo as “virtudes heróicas” dele. O decreto abriria caminho para a beatificação, o último passo antes da canonização.

O papa ainda não assinou o documento –aprovado no ano passado pelo departamento do Vaticano encarregado desses processos. Bento 16 optou, ao invés disso, por observar um período de reflexão, segundo as palavras do Vaticano.

A Igreja Católica diz que, apesar de não ter criticado o Holocausto, Pio 12 trabalhou nos bastidores para ajudar os judeus porque sua intervenção direta acabaria por agravar a situação ao gerar uma retaliação da parte de Hitler.

Fonte: Reuters

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