O papa Bento 16 pode encontrar um público particularmente receptivo entre os jovens católicos que cresceram buscando uma identidade religiosa mais forte e talvez até mais conservadora, durante sua visita aos EUA na próxima semana.

Muitos deles desejam algo mais do que a Igreja Católica de seus pais, que vivenciaram o período subsequente ao Concílio Vaticano Segundo (1962-1965), quando, nas missas, o latim foi trocado pelo inglês e o canto gregoriano pelas guitarras, afirmam especialistas.

Entre esses jovens, há muitos imigrantes da América Latina, da África e de outras regiões do globo que trouxeram consigo uma religiosidade mais tradicional, em meio à qual ocorrem orações e procissões que pareceriam algo antiquadas para a geração católica dos “baby boomers.”

A visita do papa ao país, onde há 67 milhões de católicos, ocorre entre os dias 15 e 20 de abril, período durante o qual participará de cerca de dez eventos em Washington e em Nova York.

“Em geral, há entre os jovens — os que têm 30 anos ou menos — um desejo crescente por uma reafirmação da identidade católica”, afirmou M Schmalz, professor de estudos religiosos na Faculdade da Santa Cruz em Massachusetts.

Mas não se trata de um mero retorno aos anos 50.

Essa é a “geração João Paulo 2o”, que aprova a mistura realizada pelo antigo papa de conservadorismo doutrinário e autoridade da Igreja com o que Schmalz descreveu como sendo “uma preocupação mais radical com o testemunho cristão — justiça social, direito à vida.”

“Essa geração pode defender, e muitas vezes o faz, o que poderíamos chamar de uma filosofia conservadora, mas nem sempre”, acrescentou.

“Em alguns aspectos, trata-se de ser diferente de seus pais. O catolicismo lutou durante muito tempo na sociedade norte-americano para ser assimilado e aceito. E, nos anos 60, isso se deu”, afirmou.

“Muitos jovens que cresceram procurando uma identidade sentem que explorar suas próprias tradições religiosas representa uma fonte de identidade. Em alguns aspectos, essa é uma reação contrária aos pais,” disse Schmalz.

Fonte: EFE

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