O pontífice, cuja intervenção na 14.ª assembleia ordinária do sínodo dos bispos não estava prevista para hoje, falou depois de a ala mais conservadora da Igreja Católica ter manifestado grandes preocupações perante uma eventual autorização de comunhão para pessoas divorciadas ou recasadas.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que o papa, que falou à porta fechada, disse aos bispos que “a doutrina sobre o casamento não tinha sido abordada na anterior assembleia”, realizada no ano passado e que deu origem ao documento de trabalho que está a ser debatido na atual reunião.

A questão da readmissão plena dos divorciados e daqueles que voltaram a casar surgiu como um dos assuntos mais polêmicos do sínodo.

A Igreja Católica considera o casamento como um compromisso indissolúvel, mas uma ala mais liberal tem defendido um possível regresso destas pessoas ao seio da comunidade católica, com base numa avaliação individual de cada caso.

O porta-voz da Santa Sé frisou, no entanto, que os bispos foram relembrados pelo papa Francisco que este tema não devia ser o único foco de discussão desta reunião, que irá prolongar-se durante as próximas três semanas.

Em agosto passado, o papa sublinhou, durante uma audiência pública com peregrinos no Vaticano, a necessidade da Igreja Católica saber integrar os casais divorciados ou recasados.

“Estes batizados, que estabeleceram uma nova relação depois da dissolução do seu matrimônio sacramental, precisam de um acolhimento fraterno e atento, no amor e na verdade, estas pessoas não foram excomungadas, e não podem ser tratadas como tal, elas fazem sempre parte da Igreja”, frisou então o papa Francisco.

Com cerca de 360 participantes, a 14.ª assembleia ordinária do sínodo dos bispos tem como temas centrais os desafios, a vocação e a missão das famílias católicas no mundo atual, assuntos analisados ao longo de 147 artigos do documento de trabalho, apresentado em junho à imprensa.

Portugal tem como delegados o presidente da Conferência Episcopal e cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, o bispo de Portalegre-Castelo Branco, Antonino Dias.

[b]Fonte: Notícias Ao Minuto – Portugal[/b]

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