A “crise de Regensburg”, como ficaram conhecidos os protestos do mundo muçulmano após declarações polêmicas do Papa Bento XVI na Alemanha sobre o Islã e a violência, fez o pontífice refletir seriamente, declarou nesta terça-feira o cardeal francês Jean-Louis Tauran.

Segundo o religioso, que foi nomeado nesta segunda-feira presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e entrevistado pela Rádio Vaticano, o Papa considera cada vez mais importante que as religiões se conheçam entre si.

“Acredito realmente que o Papa, depois do que ocorreu há quase um ano na universidade alemã de Regensburg, tenha refletido muito sobre a importância do conhecimento mútuo, porque é algo importante, é preciso conhecer o outro, ter estima por ele e tentar criar uma fraternidade universal sem discriminação”, declarou Tauran.

O cardeal considera que sua nomeação reflete “a importância que o Papa dá ao diálogo entre as religiões e, em particular, ao Islã”, afirmou.

“É uma decisão que o Papa amadureceu durante sua viagem à Turquia”, em novembro passado, comentou o cardeal que deverá reativar o diálogo de alto nível, afetado pela fusão há um ano e meio do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso com o Conselho Pontifício para a Cultura, uma decisão que irritou os muçulmanos.

“Vou trabalhar com todas as instituições do Vaticano, de modo a entender a dimensão do problema”, disse.

Com a nomeação de Tauran, a Santa Sé cumpre a promessa anunciada em maio passado de criar um cargo separado na cúria romana para seguir todos os aspectos relacionados com outras religiões, especialmente, o Islã.

Fonte: AFP

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