Durante a visita da semana passada aos EUA, o Papa Francisco teve um encontro privado com um casal gay em Washington. Yayo Grassi, que foi aluno do Pontífice na década de 1960, pediu uma audiência com o líder da Igreja Católica e foi atendido. Grassi e seu namorado, Iwan, foram recebidos por Francisco na embaixada do Vaticano.

— Apenas um encontro após um longo tempo — disse Grassi, em entrevista à BBC. — Nós não discutimos questões gays ou algo assim.

A notícia se tornou pública nesta sexta-feira, poucos dias após surgir a informação que o Papa também se reunira secretamente com Kim Davis, tabeliã do Kentucky que se recusou a relizar casamentos gays. Segundo Grassi, ele quis revelar a audiência com Francisco após a repercussão do encontro do Papa com Kim Davis.

— Meu pensamento pessoal é que o Papa Francisco não foi completamente informado sobre quem era essa pessoa — disse Grassi. — Obviamente, eu acho que quem prega a integração, a ama tanto os outros, e sabendo que esta senhora era alguém que, por razões pessoais não emitiu licenças de casamento para pessoas gays, ele não ficaria feliz com isso.

O Vaticano confirmou o encontro com Grassi e seu namorado:

“O Papa, como um pastor, mantém muitas relações pessoais com as pessoas em um espírito de bondade, abertura e diálogo”.

Sobre a reunião com Kim Davis, o Vaticano informou que o tema não foi discutido, negando as afirmações da tabeliã de que Francisco teria apoiado a sua posição.

Grassi mantém contato com o Papa Francisco há anos, desde que teve aulas de Psicologia e Literatura Argentina com o Pontífice no colégio Imaculada Conceição, em Flores, na Argetina, em 1964 e 65. Segundo Grassi, Francisco foi “um dos melhores professores que já tive, e um mentor”.

— Uma vez ele me escreveu, falando sobre casamento gay: “eu posso garantir uma coisa, não existe espaço para homofobia no meu trabalho” — revelou Grassi, sobre uma mensagem trocada antes de Francisco se tornar Papa.

[b]Fonte: O Globo[/b]

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