Cristãos no Paquistão
Cristãos no Paquistão

Um tribunal paquistanês decidiu nesta sexta-feira que todos os cidadãos têm de declarar a sua religião quando pedem os respectivos documentos de identificação e quando se candidatam a cargos públicos.

Os movimentos de defesa dos Direitos Humanos dizem que esta medida serve para perseguir as minorias religiosas no Paquistão.

A última instância judicial de Islamabad decidiu ainda que os cidadãos que se recusarem a declarar a suas crenças podem ser acusados de traição ao Estado.

O representante da Human Rights Watch, Saroop Ijaz, afirmou, citado pela Reuters, que o juiz “não só está a atacar a liberdade religiosa de toda a gente no Paquistão como estão a centrar-se num sector em particular, que são os Ahamdis”.

Insultar o Profeta Maomé é punível com pena de morte no Paquistão e mesmo o mais simples rumor de blasfêmia já chegou a provocar manifestações violentas.

Minorias desprezadas

O Paquistão foi fundado em 1947 como pátria para os muçulmanos do subcontinente indiano, que eram, naquela época, uma minoria e estavam social e economicamente atrás da maioria hindu.

Hoje, o país é uma república e o islamismo é a religião oficial. As minorias religiosas, incluindo os cristãos, constituem apenas 3 a 5% da população total.

Porém, a sua cidadania e representação política nas assembleias são temas frequentemente questionados, já que os não-muçulmanos são impedidos por lei de se tornarem primeiro-ministro ou presidente.

Enquanto isso, o Paquistão tem a mais notória lei da blasfêmia no mundo, e ela foi muito usada “contra minorias religiosas”.

Os cristãos paquistaneses representam apenas 1,5% da população total, porém mais de um quarto (187) dos 702 casos de blasfêmia registrados entre 1990 e 2014 foram contra os cristãos.

Fonte: Público – Portugal e Missão Portas Abertas

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