Continua tensa a situação dos cristãos no Paquistão: foram realizados na última quinta-feira, o funeral de Qamar David, um prisioneiro católico de 55 anos que morreu na última terça-feira.

Presentes no funeral 300 pessoas, mas por vontade da família, sem câmeras ou jornalistas, por medo de ataques de extremistas islâmicos. David foi preso por blasfêmia em Karachi.

O funeral foi realizado na igreja católica de São José, em Lahore, e foi presidido pelo bispo auxiliar da cidade, Dom Sebastian Shaw, e pelo diretor da Comissão Nacional Justiça e Paz, Padre Emmanuel Mani. A morte de David teria sido consequência de uma parada cardíaca, possivelmente devido ao estresse ou a depressão, embora a princípio tenha se falado de tuberculose, doença tratada na prisão, mas a família acredita que a morte foi causada por envenenamento. A mesma hipótese foi feita também por ativistas cristãos, que temem agora pela vida da Asia Bibi, a mulher de 45 anos, cujo caso provocou comoção em todo o mundo: “É a próxima na lista dos extremistas”, afirmam.

“Trata-se de mais uma vítima cristã de blasfêmia”, foi o comentário do Vigário-geral de Lahore, Padre André Nisar, que destacou o choque e o medo no qual vive constantemente a comunidade cristã no país. A Igreja do Paquistão também fez um convite aos fiéis para rezar pelas minorias religiosas e pelas vítimas injustas da famigerada “Lei negra”: de fato, durante toda a semana, foram celebradas missas em sufrágio do ex-ministro para as Minorias , Shahbaz Bhatti, assassinado por fundamentalistas em 2 de março passado. A este respeito, o bispo de Islamabad-Rawalpindi, Dom Rufin Anthony disse que “as investigações são motivo de grande preocupação”, porque o governo e a polícia não assumem nenhuma responsabilidade”.

[b]Fonte: Rádio Vaticano[/b]

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