Um tribunal distrital do Paquistão condenou à morte, o cristão Younis Masih, considerando-o culpado de ter ofendido Maomé e o Alcorão. A defesa considera que não há provas suficientes para condená-lo e acusa a polícia de negligência na investigação do caso.

A denúncia de blasfêmia foi apresentada à polícia em 2005. Segundo os acusadores, o cristão teria ofendido o Islamismo, numa disputa com um grupo de muçulmanos, o que no Paquistão equivale à pena capital.

Para o advogado do acusado, a condenação não tem nenhuma base e os testemunhos recolhidos “servem apenas para matar um pessoa”. Um dos acusadores queria que os cristãos rezassem segundo os costumes islâmicos, o que deu origem à discussão com o cristão.

A Lei da Blasfêmia, contemplada no Código Penal paquistanês, é objeto de muitas críticas por parte da Igreja, e sua abolição tem sido pedida por líderes de várias confissões religiosas.

Apesar de o presidente paquistanês, Pervez Musharaff, ter já anunciado sua revogação, essa norma foi responsável _ segundo a Conferência Episcopal _ por acusações injustas, a 148 muçulmanos, 208 ahmadis (fiéis de um movimento fundado na Índia, por Mirza Ghulam Ahmad), 75 cristãos e 8 hindus, desde 1987, ano em que a lei entrou em vigor.

Basta uma denúncia oral, para que se possa deter uma pessoa por blasfêmia. Essas denúncias são, muitas vezes, motivadas por vinganças pessoais e inveja, e levam a muitas detenções arbitrárias, com conseqüências trágicas.

Fonte: Rádio Vaticano

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