A Justiça colocou em liberdade o pastor Eliezer Martins, da Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Ele é acusado de vender diplomas falsos em várias cidades de Mato Grosso.

O pastor cumpria prisão preventiva decretada pela Justiça da Comarca de Cláudia. Eliezer foi detido no fim de janeiro em Cuiabá e transferido para o presídio de Sinop.

Apesar do Tribunal de Justiça ter negado habeas corpus ao pastor, a prisão foi revogada pelo juiz substituto de Cláudia, Marcos Faleiros da Silva. A juíza titular da comarca, Virgínia Vieira Naves está de férias. O magistrado alegou que o pastor não tem antecedentes criminais e não usou de violência e ameaças graves. No dia 2 de fevereiro o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) havia negado um pedido de liberdade ao pastor.

O promotor Paulo César Dancieri Filho, que pediu a prisão, recorreu da decisão. Além do pastor Elieser, outras três pessoas foram indiciadas, sendo dois ligados à igreja Assembléia de Deus e o dono de uma escola de Niterói, no Rio de Janeiro.

Martins foi preso em Cuiabá no dia 25 de janeiro, acusado de vender diplomas falsos. De acordo com as investigações, os diplomas eram vendidos em várias cidades de Mato Grosso por até R$ 800. Na casa do pastor, à época da prisão, foram encontrados atestados de escolaridade, certificado de conclusão e cerca de 50 cheques preenchidos. Os atestados de conclusão de cursos falsificados eram de primeiro e segundo graus. O pastor foi encaminhado para o presídio de Sinop porque o pedido de prisão é da Justiça do município de Cláudia.

O pastor também era investigado pela polícia de Barra do Garças. Segundo o promotor de Justiça, Tiago de Souza Afonso da Silva, as investigações começaram no início 2005, quando a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc) recebeu uma denúncia anônima contra Eliezer. Ele também é acusado de ter aplicado avaliações de ensino fundamental e médio pelo valor de R$ 750 na cidade de Juara. Constatada a fraude, em agosto de 2005, a Seduc expediu uma portaria anulando todos os documentos emitidos por Eliezer. Desde então, vários portadores de diplomas falsos foram ouvidos durante as investigações.

Os depoimentos eram sempre muito parecidos. Geralmente as provas eram aplicadas em um hotel nas cidades do interior do estado.

Polícia Federal

No dia 22 de dezembro de 2006, em uma operação, a Polícia Federal (PF) já havia desarticulado uma quadrilha que vendia diplomas falsos do ensino médio. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e São Paulo. Nos dois estados foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Na época, a PF prendeu em Cuiabá, Antônio Signori, que também usava nomes falsos de Antônio de Freitas e Antônio Bianchini. Segundo a polícia, ele vendia diplomas de cursos profissionalizantes e de cursos superiores de ensino à distância.

Os interessados não faziam nenhuma prova. Apenas assinavam um documento e pagavam uma taxa de cerca de R$ 1,5 mil. Eles eram agenciadores no estado de Mato Grosso, cooptavam pessoas interessadas nesses diplomas e remetiam os documentos pessoais dos interessados para as empresas que confeccionavam os diplomas. Os envolvidos no esquema foram indiciados por formação de quadrilha e falsificação de documentos.

Fonte: Gazeta do Povo

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