No último dia do Carnaval, o prefeito do Recife, João Paulo, afirmou que contornou as pressões da Igreja Católica em relação à distribuição da pílula do dia seguinte. “Se a Igreja quiser cuidar das almas que cuide, mas não da saúde pública”, disse ele nesta terça-feira.

O projeto da Secretaria Municipal da Saúde do Recife de distribuir a pílula em postos junto às regiões de folia foi criticado pelo arcebispo de Olinda e Recife, d. José Cardoso Sobrinho. A Igreja tentou entrar com uma ação judicial, alegando que o contraceptivo era abortivo e contrário à vida, mas o Ministério Público Estadual (MP-PE) não levou o processo adiante.

João Paulo admitiu estar acostumado com polêmicas em seu governo, mas alegou que a prefeitura não poderia acatar a posição da arquidiocese. Ele ressaltou que seu governo seguiu uma orientação internacional de saúde pública, proveniente da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Ficou demonstrado que não só a sociedade não aceitou essa posição (da Igreja), como também a Justiça”, disse.

João Paulo, no entanto, não quis comentar o resultado da campanha de contracepção feita durante o Carnaval. Dados da Secretaria Municipal da Saúde apontam que a entrega de pílulas foi baixa nos primeiros quatro dias de folia, com apenas 20 comprimidos distribuídos. Os número oficiais devem sair somente na Quarta-feira de Cinzas.

Na Cúria Metropolitana e na residência oficial do arcebispo, ninguém foi encontrado para comentar as declarações do prefeito.

Fonte: Terra

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