Ainda está causando polêmica a suposta fraude ocorrida com a venda dos ingressos do evento Diante do Trono. O líder da Igreja Emmanuel de Danbury, Pastor Marconi Cândido, declarou que não sabia dos termos do contrato. O Conpas emitiu nota oficial à comunidade, esclarecendo o ocorrido. Uma investigação estadual está sendo conduzida.

Segundo o policial estadual Luis dos Santos, que trabalha na WestConn e está encarregado das investigações, o caso é bastante complicado, e os papéis estão sendo todos analisados, para depois tomar os depoimentos necessários. Ainda conforme Luis, os investigadores já sabem quem são os envolvidos, mas não pôde fornecer os nomes pois poderia atrapalhar as investigações.

Luis disse que a investigação é estadual, portanto, sem envolvimento da polícia de Danbury. John Murphy, diretor do O’Neill Center, declarou que o caso já foi encaminhado ao State Attorney, mas Luis não confirmou a informação, dizendo somente que o caso será encaminhado à Corte.

Pastor esclarece dúvidas

O nome do Pastor Marconi havia sido citado por Silas Júnior como sendo o único pastor a ter conhecimento dos detalhes da negociação. Ele esteve na redação do Comunidade News no dia 29, declarando que não sabia dos detalhes do acordo relativo ao valor de 9 dólares dos ingressos. Ainda segundo ele, o planejamento administrativo do evento estava todo a cargo da Revista Palavra. “O Conselho de Pastores (Conpas) cuidou somente da parte espiritual”, referindo-se a quem falaria no evento.

O religioso afirmou que a WestConn não poderia vender os ingressos a 9 dólares. No entanto ele não soube responder o porquê dos ingressos terem o valor de 9 dólares e 0 dólares. “Ninguém questionou Silas sobre isso”, disse.

Para ele, seria impossível realizar este evento cobrando apenas 9 dólares. “Só a faculdade nos cobrou cerca de 20 mil dólares. Graças a Deus pudemos dar uma pequena oferta à banda Diante do Trono, no valor de 7 mil dólares”.

De acordo com o Pastor Marconi, Silas informou que foi arrecadado o valor de 114 mil dólares, pago em sua maioria para a faculdade e não os 150 mil dólares sugeridos por John Murphy. “Com este dinheiro, pagamos também passagens aéreas, anúncios na TV, cartazes, entre outras despesas”. Segundo o pastor, nem ele nem o Conpas sabia que os ingressos deveriam ter sido em forma de doações. Quanto a um possível erro de Silas, declarou. “Não estou dizendo que o Silas não errou, vamos ser diligentes em averigüar os fatos”.

Em entrevista ao Comunidade News, o Pastor Manuel Artur de Melo, da Igreja Pentecostal Filadélfia Assembléia de Deus, declarou que não quis participar do evento por não concordar com a cobrança. “Fui claro desde o início”. A filha dele pagou para entrar, e ele está triste com os fatos. “Lamento profundamente que estas coisas tenham acontecido”.

Complementando a informação dada na edição anterior, o Pastor Silvani da Silva esclareceu que não foi contra a realização do evento e que acha que não havia forma de organizá-lo sem a cobrança de ingressos. “É um evento caro”.

Brasileiros querem a verdade

O goiano Rômulo Morais foi até a redação do Comunidade News para mostrar que pagou 85 dólares por um ingresso onde estava impresso 9 dólares. “Se tivesse visto na hora, teria chamado a polícia”, declarou, acrescentando que já participou de eventos evangélicos tão grandes ou maiores do que este, onde não pagou ingresso. “Ganhávamos as refeições e local para dormir, até meu pai abrigou pessoas de graça”. Disposto a procurar um advogado, ele disse que “a verdade tem que aparecer, e o culpado tem que pagar por este erro grave”.

Hélio Souza pagou 45 dólares e também está se sentindo lesado. “Ninguém falou que era beneficente”, afirmou. Ele espera que os números venham a público, e disse ainda que “o fato está envolvendo o nome da comunidade religiosa brasileira”.

Conpas presta esclarecimentos

Em nota oficial emitida à comunidade e enviada ao Comunidade News via e-mail, o Conpas afirmou que supervisionou todo o processo de realização do evento. A nota não confirma o que disse o pastor Marconi, que teria falado em nome da entidade ao Comunidade News. Na entrevista ele disse que o CONPAS não participou da negociação com a universidade, sendo uma tarefa que ficou a cargo somente de Silas Júnior.

O Conpas declarou também que o evento foi sem fins lucrativos, com toda a renda aplicada na realização do programa. De acordo com a nota, foi aberta uma conta única, em nome da Revista Palavra/Diante do Trono, para depositar a arrecadação e pagar as despesas.

O Conpas afirma que não houve roubo ou desvio de dinheiro, que não foi aplicado para fins lucrativos, vantagem pessoal ou comercial.

O Comunidade News tentou contatar Ana Paula Valadão, líder da banda Diante do Trono, a fim de confirmar se ela já sabe do ocorrido, mas não conseguiu localizá-la.

Fonte: Comunidade News

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