A Corte Suprema da Índia pediu à Polícia que aumente a proteção dos casais formados por pessoas de castas ou religiões diferentes, informa o jornal “The Times of India”.

Na decisão judicial desta sexta-feira, os juízes Ashok Bhan e Markandey Katju perguntam por que existe violência contra casais cujo único crime foi se apaixonar apesar do sistema de castas, que consideram um dos grandes males do país.

O veredicto atendeu ao pedido de uma mulher, Lata Singh, que há seis anos vem sendo perseguida por seus irmãos por ter se casado com um homem de outra casta.

Embora proibido pela Constituição de 1949 e apesar de o Governo promover ações de discriminação positiva na educação, o sistema de castas continua forte na Índia. É bem diferente ser brâmane (sacerdote, a casta mais alta) que intocável (a mais baixa).

A Corte Suprema considerou “surpreendente” a oposição aos casamentos entre pessoas de castas diferentes e destacou que “não existe nenhum veto na lei de casamento ou em nenhuma outra lei”.

Os juízes condenaram os “assassinatos em nome da honra” que perseguem os casais que enfrentam o preconceito. “Não há honra alguma” nos crimes, que são “uma barbárie cometida por gente com mentalidade feudal, que merece punição exemplar”, disseram.

Enquanto a economia indiana cresce acima de 8% ao ano e se moderniza a passos gigantescos, a sociedade permanece ancorada no passado e na tradição popular do hinduísmo. A religião é praticada por 80% da população do país.

Uma pesquisa recente mostrou que 76% dos indianos consideram “inaceitável” o casamento entre pessoas de castas diferentes.

Fonte: EFE

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