O ministro do Interior indiano, P. Chidambaram, disse ontem que o Governo mobilizou um grande esquema de segurança diante da chegada do Natal na região leste de Orissa, onde este ano houve distúrbios entre hindus e cristãos.

Em comunicado, Chidambaram pediu que os aldeões mantenham a “paz” durante as celebrações natalinas e detalhou que 49 grupos das forças paramilitares indianas e quatro equipes das Forças de Ação Rápidas (RAF) se mobilizaram para ajudar os agentes de Orissa a conter qualquer foco de violência.

“A situação em Orissa concentrou a atenção do Governo central nas últimas duas semanas”, ressaltou.

Desde que, em 23 de agosto, houve o assassinato do líder hindu Laxmanananda Saraswati, ação que os radicais atribuíram às minorias cristãs da região, os distúrbios entre as duas comunidades – com epicentro no distrito de Kandhamal – causaram a morte de cerca de 40 pessoas.

“Aumentamos a segurança em cerca de 30 igrejas. Estamos realizando patrulhas intensivas”, disse à agência “Ians” o superintendente de Polícia de Kandhamal, S. Praveen Kumar.

“Há algumas pessoas que querem criar problemas e estão espalhando rumores de que a situação é tensa, mas a situação é absolutamente normal” em Kandhamal, disse Kumar.

Em outros distritos de Orissa com população católica, como Sambalpur, Sundergarh, Gajapati, Mayurbhanj e Keonjhar também foi reforçada a presença policial.

Cerca de 2,4 mil casas de cristãos e 120 recintos religiosos ficaram total ou parcialmente destruídos desde agosto, e cerca de 8 mil católicos vivem desde então deslocados em campos de refugiados.

Grupos hinduístas da zona que tinham feito uma chamada para que fossem canceladas as celebrações natalinas até que fossem detidos os responsáveis da morte de Saraswati desconvocaram, no final, seus protestos, após as garantias do Governo de Orissa, que assegurou que sete pessoas já foram detidas.

Orissa, junto com Kerala, é uma das regiões com maior presença católica, mas também há diversos grupos étnicos que professam a fé protestante, principalmente no nordeste do país.

Fonte: EFE

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